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sábado, 18 de junho de 2011

Câmara (de Americana) perdoa dívidas e isenta clubes de impostos

Saiu no Liberal Online

http://www.liberal.com.br/noticia/C35A016E0D7-camara_perdoa_dividas_de_clubes

Câmara perdoa dívidas e isenta clubes de impostos

Em uma única sessão da Câmara, oito clubes recreativos de Americana receberam o perdão de dívidas com a Prefeitura e ao mesmo tempo, a isenção total de impostos municipais. O "pacote de bondades" foi aprovado em regime de urgência especial pelos vereadores da base aliada do prefeito Diego De Nadai (PSDB), que sequer sabiam o valor dos débitos dos clubes com o município.

Foram beneficiados pelo projeto de lei os clubes Iate Clube de Americana, Sociedade Recreativa Dançante Veteranos de Americana, Clube do Bosque, Flamengo Futebol Clube, Rio Branco Esporte Clube, Guarani Futebol Clube, Clube dos Cavaleiros de Americana e Liga Americanense de Futebol.

O projeto foi protocolado na Câmara às 12h15 de ontem e, às 14 horas, já estava nas bancadas dos vereadores para votação. Com a tentativa de disfarçar a concessão de um benefício descarado aos clubes, o projeto também contemplou a Legião da Boa Vontade e entidades religiosas inscritas no município.

O vereador Adelino Leal (PT) ainda questionou a base aliada sobre quais entidades religiosas seriam contempladas. O líder do governo, Luiz Antonio Crivelari (PP), simplesmente respondeu que são "todas elas".

Crivelari justificou que a equipe econômica da Prefeitura ainda faz o levantamento sobre o valor da dívida que atualmente é devida pelos clubes. Ele disse que foram sucessivos recursos e perdas de prazos, ao longo de vários anos de tramitação das dívidas, e que o valor "se perdeu" nos setores da administração. Apesar de não saber o montante do valor perdoado, ele garantiu que a Prefeitura tem condições de arcar com a renúncia de receitas.

Esta não é a primeira vez que o prefeito Diego propõe o perdão de dívidas dos clubes. Em 2009, ele tentou incluir essa proposta no projeto que instituiu o novo Código Tributário. Na ocasião, seis clubes seriam beneficiados com a remissão de um valor total de R$ 2,4 milhões. Após pressão da oposição, o prefeito retirou o projeto que agora foi reapresentado.

O líder da oposição, Celso Zoppi (PT), argumentou que, na época da eleição municipal, ouvia muitos eleitores reclamarem que, se Diego fosse eleito, beneficiaria os clubes. "Sabendo que o Diego ia beneficiar os clubes, a população votou nele. Então isso tem o aval da população", rebateu Crivelari.

"Os 'pobrezinhos' dos clubes tem que ser beneficiados e os otários que pagam os impostos em dia vão continuar sendo objeto de escárnio", argumentou Zoppi. "Eu queria saber quais são os acordos que estão por trás disso. Não posso compactuar com essa baixaria. Os senhores nem sabem o que estão votando. Não tem nada que justifique a remissão dessas dívidas". Crivelari defendeu a necessidade de dar sobrevida a esses clubes, que representam a história da cidade.

A vereadora Divina Bertalia (PDT) apresentou emenda que suprimia do projeto o artigo que tratava da isenção de IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) e ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) para os clubes contemplados no projeto. A emenda foi rejeitada com placar de quatro votos favoráveis, sete contrários e uma abstenção. O projeto será votado em segunda discussão na sessão da próxima semana, na quarta-feira.

Quem votou Sim

Capitão Crivelari - PP
Duzzi - PSDB
Leonora Postinho - PPS
Odair Dias - PV
Oswaldo Nogueira - DEM
Paulo Chocolate - PSC
Thiago Brochi - PSDB

Quem votou Não

Adelino Leal - PT
Celso Zoppi - PT
Divina Bertalia - PDT
Lurdinha Ginetti - PDT

Parabéns Americana por este ato de solidariedade...

quinta-feira, 16 de junho de 2011

E Dilma realmente assume

Do grande jornalista, Mino Carta, Carta Capital


Dia 8, quarta-feira, leio os jornalões para saber o que pensam a respeito da queda de Antonio Palocci. Meu interesse brota das reações da mídia quando da nomeação de Palocci para a Casa Civil, apontado como articulador político ideal e traço de união entre governo, empresariado e mercado financeiro. De improviso, o prestígio de Palocci sofre alguns abalos com a revelação do seu extraordinário enriquecimento. Mesmo assim, há duas edições Veja ainda via nele o paladino da razão em meio à tresloucada equipe governista.

Resta averiguar a sentença da semanal da Abril depois do fato consumado, por enquanto constato que os jornalões definem posições diversas em relação aos efeitos da demissão. O Estadão, em editorial bem calibrado, enxerga o fortalecimento da presidenta Dilma. A Folha concorda, com menor clareza. O Globo, pelo contrário, proclama em manchete o enfraquecimento do governo. CartaCapital entende que os fados foram generosos com a presidenta ao inspirarem a denúncia da Folha. Com a queda de Palocci, ela afirma a sua autoridade e, como diz a capa desta edição, assume efetivamente a Presidência da República.

Permitam-me citar a mim mesmo. Em um artigo publicado na primeira semana de janeiro, logo após a posse, eu escrevia: “Sabe-se que a composição do governo sofreu, como era natural, a influência de Lula, mas nada impede que a atual formação venha a ser retocada pela mão independente de Dilma”. Logo aventava a hipótese de que Palocci pretendesse contrapor-se a Guido Mantega, e CartaCapital sabe que, nos bastidores, o chefe da Casa Civil se esmerava há tempo em tecer comentários desfavoráveis sobre a atuação do ministro da Fazenda, bem como do presidente do BNDES, Luciano Coutinho.


No artigo divisava ainda outros problemas no caminho da presidenta. Um deles, o chamado Caso Battisti. Outro, a organização do Mundial de 2014, entregue à máfia do futebol. A decisão final do STF em relação a Battisti não deve encerrar o caso. O protesto da Itália em peso não faltará, do Estado, do governo e da opinião pública, e é difícil prever as sequelas. Quanto à Copa, a questão está de pé e descerra riscos para Dilma e para o Brasil, e não aludo ao país das chuteiras, mas ao emergente que dilata prestígio mundo afora.

CartaCapital apoiou a candidatura Dilma para a Presidência desde o começo da campanha eleitoral do ano passado, e não se arrepende, mesmo porque percebeu nela as qualidades indispensáveis a um ótimo desempenho. O Caso Palocci a pôs em xeque e a repentina visita de Lula a Brasília, e as conversas do ex-presidente com as lideranças peemedebistas, a enfraqueceram. A presidenta soube, porém, como reagir e mostrar quem de fato manda, sem deixar de passar por cima do procurador-geral da República. Roberto Gurgel que, ao não abrir a investigação sobre o enriquecimento de Palocci, agiu na convicção de servir ao governo em busca de sua confirmação no cargo. Dilma decretou seu engano.

Ao se afirmar de forma tão peremptória, a presidenta define seu poder, com um grau de independência que até dia 7 de junho aguardava a prova. Outras pedras talvez surjam no seu caminho, mas, ao atuar como se deu nesses dias atribulados, ela terá amplas condições de evitá-las, ou de afastá-las. Por ora, ganha maior alento com a baixa dos índices inflacionários, a bem de todos nós.

Responsabilidade nenhuma lhe cabe pelo deplorável desfecho do Caso Battisti. Durante a campanha eleitoral, a mim, sem meias-palavras, a candidata disse que o ex-terrorista merecia a extradição. A decisão oposta de Lula, tomada nos derradeiros minutos do seu segundo mandato, não se oferece a uma análise fácil, assim como sua defesa in extremis de Antonio Palocci. A decisão definitiva do Supremo exibe a componente de delírio que figura entre as características sombrias do poder nativo, nutridas pela ignorância, pela arrogância, pela prepotência. Ah, sim, pelo provincianismo, a toldar a visão do mundo, até superficial. O STF cometeu uma ofensa ao Direito, à moral e à razão.

CartaCapital já dissertou longamente a respeito de Battisti, e para tanto, contrariamente aos juízes do Supremo, limitara-se a tomar conhecimento da ficha policial de um ladrãozinho da periferia romana, estuprador de uma inválida, preso e condenado quatro vezes antes de aderir a um pequeno grupo terrorista, pateticamente empenhado- em derrubar um Estado Democrático de Direito. Abalo-me a acreditar que Dilma Rousseff sabe de cor e salteado aquilo que a maioria dos ministros do STF pretende ignorar, ou seja, a diferença entre quem arriscou a vida para combater a ditadura e quem pegou em armas, e matou, entre outros, um açougueiro e um joalheiro, com o propósito de enterrar a democracia.

Lula desconsiderou a decisão inicial do STF, que lhe concedia a última palavra com a condição de se ater aos termos do Tratado de Extradição assinado com a Itália em 1998. Agora o próprio Supremo desconsidera aquela decisão, em proveito de um argumento tragicômico: se a Itália não é parte legítima do processo, como sustentaram os nossos juristas, tirante Cezar Peluso, Gilmar Mendes e Ellen Gracie, talvez seja preciso considerar a possibilidade de que o pedido de extradição tenha partido (e de quem mais?) de Deus. Ou não seria do demônio?

Ao cabo, valeu o conceito de que, ao ser devolvido ao cárcere da Península, ali o extraditado correria até risco de vida, tese peculiar defendida pelo procurador Gurgel e endossada por Lula. E pelo advogado–geral da União, Luís Inácio Adams, segundo quem “a exuberância da democracia italiana” permite ilações baseadas em fatos hipotéticos.

Pergunto aos meus botões o que se daria em um país de autêntica democracia e de regime presidencialista se o presidente da República, Obama, digamos, não acatasse a decisão da Corte Suprema. Hipótese impossível, soletram, por ferir o princípio intocável da separação dos Poderes. Já me preparo aos insultos dos fanáticos do Apocalipse, de hábito prontos a lastimar meu sangue italiano, do qual, aliás, muito me orgulho. A cães raivosos disse

em outras ocasiões que eu escolhi o Brasil enquanto não lhes cabe mérito algum por terem nascido aqui. Fique claro que hoje estaria indignado quanto estou neste momento se Battisti fosse, por exemplo, um ex-terrorista do Baader Meinhof.

Não consigo imaginar, de todo modo, que o ex-terrorista italiano fique em liberdade por causa das perorações desconexas do senador Suplicy e de uma escritora francesa de segundo time. Na origem, estão os singulares, insondáveis interesses de uma facção petista, na qual não é árduo registrar a presença de Luiz Eduardo Greenhalgh e do atual ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Impávido, diz que  os italianos vão digerir a afronta “porque são nossos irmãos”. Cardozo e Greenhalgh, aliás, reúnem-se não somente em torno de Battisti, mas também de Daniel Dantas, outro que a Justiça brasileira costuma proteger.

Ao banqueiro Cardozo já prestou relevantes serviços, enquanto Greenhalgh figurava no exército dos advogados do orelhudo. Ainda deputado, Cardozo foi um dos promotores do célebre jantar na casa de Heráclito Fortes entre Dantas e o então ministro Márcio Thomaz Bastos, e acompanhou o banqueiro à Itália para assessorá-lo na tentativa de organizar por lá uma contraofensiva na guerra à Telecom peninsular.

De acordo com meus críticos botões, neste nosso país dos herdeiros da casa-grande e da senzala, permanece intacta a vetusta consigna: aos amigos tudo, aos inimigos a lei.

Adeus Palocci =D

Entenda a crise na prefeitura de Campinas

Por Clara Roman, Carta Capital

Em uma sessão marcada por tensão,  protestos e tentativas de invasão por manifestantes, a Câmara Municipal de Campinas decidiu pela manutenção do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT), conhecido como Dr. Hélio, no cargo,  na última quarta-feira 15.  Para que o impeachment se efetivasse, seriam necessários dois terços do total de votos, o correpondente a 22 do total de 33 vereadores. No entanto, apenas 16 votaram pela saída dele.

A prefeitura da terceira maior cidade de São Paulo sofre crise política depois que o Ministério Público denunciou um esquema de corrupção envolvendo funcionários do alto escalão da adminitração municipal, incluindo a primeira dama Rosely Nassim Santos, indicada como uma das chefes do esquema.

O documento denuncia um esquema de fraude de licitações envolvendo uma empresa pública de saneamento, a Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento). Segundo relato do Ministério Público, o esquema beneficiava um grupo de empresas que fraudavam licitações através do pagamento de propinas a agentes públicos. Provas coletadas mostram que a corrupção abrangia empreendimentos imobiliários e concessão de alvarás.

Além de Rosely Nassim, chefe de gabinete exonerada depois do início do escândalo, foram apontados como chefes do esquema o vice prefeito Demétrio Vilagra (PT). Até a revogação, ambos encontravam-se foragidos.

Em sua defesa, o prefeito afirmou que as fraudes são exclusivas da empresa e que as operações criminosas são feitas desde 1994. As investigações tiveram início no ano passado, depois da delação premiada do ex-presidente da Sanasa, Luiz Augusto de Aquino, que também esteve envolvido nas ações criminosas, mas não foi indiciado por conta de seu depoimento.

O relatório do Ministério Público aponta que o “o núcleo de corrupção da Sanasa foi instalado no início de 2005, tão logo a senhora Rosely assumiu a chefia de gabinete da Prefeitura de Campinas e arregimentou os demais agentes públicos necessários a seu plano criminoso”. Segundo os promotores, R$ 615 milhões já foram subtraídos dos cofres públicos, principalmente em contratos das áreas de limpeza, segurança e vigilância patrimonial.

Nessa semana, o  Tribunal de Justiça de São Paulo revogou o pedido de prisão de Rosely, do vice-prefeito Demétrio Vilagra (PT) e outros seis mandados expedidos pelo MP, de forma que não há mais nenhum denunciado com prisão preventiva decretada. Além disso, depois de 5 dias preso, o ex-secretário de Segurança Pública, Carlos Henrique Pinto foi solto na quarta-feira 15.

O Ministério Público Estadual, autor das denúncias contra 22 agentes públicos do alto escalão da prefeitura de Campinas, estuda se entrará com recurso contra as revogações.

Na segunda-feira 13, vereadores haviam decidido dar prosseguimento ao processo de impeachment do prefeito. Dr. Hélio reagiu em carta aberta, na qual alegou ser vítima de golpe político. No documento, ele reiterou que não possui participação no esquema de corrupção denunciado pelo MPE há quase um mês. De acordo com Santos, o relatório com o conteúdo das investigações isenta de responsabilidade a figura do prefeito.

Ao todo, 22 pessoas foram formalmente denunciadas pelo Ministério Público por suposto envolvimento no esquema. O Tribunal de Justiça revogou os contratos por considerá-los abusivos.

Segundo publicação do Diário Oficial de São Paulo em 26 de maio, o deputado estadual petista Enio Tatto pediu para que “não se faça uso político desse caso”, apesar de afirmar ser favorável às investigações.

Segundo ele, três vereadores da bancada do PT assinaram o pedido de abertura de CPI para investigar as denúncias em Campinas. Em troca, Tatto pedia que políticos do DEM e PSDB assinassem a CPI dos pedágios. O PDT, partido do Dr. Hélio, é apoiado pelo PT, partido do vice Demetrio Vilagra.


nb: que coisa feia em Campinas...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O verdentreguismo é uma forma de resíduo sólido

Texto do Coversa Afiada de Paulo Henrique Amorim.

O verdentreguismo é uma forma de resíduo sólido.

Este ansioso blogueiro foi convidado para falar num painel sobre o Plano Nacional de Resíduos Sólidos para prefeitos e vereadores da região administrativa de Campinas, São Paulo.

O anfitrião foi o brizolista Mario Heins, prefeito de Santa Bárbara d’Oeste, que em dois anos de governo construiu seis Brizolões, onde estudam em tempo integral três mil crianças (oh, Darcy, onde estás ?).

Esta  segunda-feira celebrou o Dia Mundial do Meio Ambiente.

E acaba de entrar em vigor o Plano de Resíduos Sólidos, que dá aos prefeitos brasileiros o prazo até 2014 para acabar com todos os lixões do País.

Jamais haverá outro Morro do Bumba se a lei sancionada pelo Nunca Dantes colar.

O ansioso blogueiro ficou um pouco apreensivo com as palestras que o antecederam.

Sentiu no ar os eflúvios de um certo derrotismo, a predominância de certa Urubologia, um complexo de vira-lata, como se o Brasil fosse o que o PiG (*) acha que é: um imenso lixão (fora de São Paulo, claro).

Jogou no lixo o resíduo sólido que levava na bolsa e disse de improviso mais ou menos o seguinte.

Um repórter me procurou ao entrar neste Painel para saber o que eu pensava nesta hora em que o meio ambiente pede socorro.

Imaginei estar diante de um apresentador do Bom (?) Dia Brasil.

E respondi com a elegância que os amigos navegantes conhecem – só se pede socorro fora do Brasil, porque aqui é onde mais se respeita o meio ambiente.

E  lá foi ele, sempre muito elegante, o ansioso blogueiro a explicar que não gosta quando tratam do meio ambiente como um capítulo autônomo, à parte da realidade social.

Como se a causa verdentreguista iluminasse os poucos iluminados que conheceram a Verdade !

Como se o meio ambiente ficasse fora do mundo real, das coisas do dia a dia, da realidade.

Para começar: nenhum país do mundo tem Código Florestal, fora a Austrália: e o Brasil, é claro !

Nos estados do Sul dos Estados Unidos, de onde saíram muitos Confederados foragidos para a região de Americana e Santa Bárbara, as margens do rio Mississipi foram destruídas  pela cultura do algodão.

E mandam para cá ongueiros verdentreguistas …

O Bill Clinton esteve aqui semana passada e elogiou o etanol de cana, renovável.

Claro.

No estado dele, o Arkansas, não há um centímetro quadrado de mata nativa: foi tudo derruído pelos abatedouros de frango, que fornecem para a Purdue (que, a propósito, sempre financiou o político Bill Clinton).

Aqui, a gente protege 80% da floresta amazônica.

E não deixa plantar a 30 metros da beira de um rio – de qualquer largura.

Deus beijou a testa desse povo – e o ansioso blogueiro invocou testemunho de um padre ambientalista ali presente.

Porque Deus deu água ao Brasil.

E o Brasil tem a matriz energética mais limpa do mundo !

O ansioso blogueiro deu vivas a Santo Antonio, Jirau e Belo Monte, e fez comovida homenagem à Bláblarina.

Confessou que foi às lagrimas quando a ouviu defender a cópula dos bagres e imaginou que seria possível impedir a construção de Santo Antonio e Jirau.

(O ansioso blogueiro não sabe avaliar a reação de plateia – de deboche ou profunda irritação).

O ansioso blogueiro considerou que semana passada o Governo da JK de saias, ainda que bloqueado por uma imensa bola de colesterol, deu um importante passo na direção da defesa do meio ambiente e da adequada administração dos resíduos sólidos.

Lançou o plano “Brasil sem Miséria”.

Ao tirar dezesseis milhões de brasileiros da miséria, o Brasil terá menos catadores de papel; mais crianças na escola; mais instrução e educação, e, portanto, mais discernimento na hora de jogar lixo fora.

Será um desafio um prefeito acabar com o lixão até 2014 ?

Sim, mas nada que se compare ao que fez a indústria naval brasileira, que, em oito anos, transformou ruas de mato e capim em estaleiros monumentais que produzem – inteira – uma plataforma de petróleo como a P-56 -, batizada de Luiza Erundina , em cerimônia comovente em Angra dos Reis.

O Governo Fernando Henrique quebrou a indústria naval deste País.

E agora a JK de saias vai instalar uma indústria de navi-peças, porque, segundo ela, o Brasil tem política industrial porque pode e, quando não sabe produzir, aprende.

O ansioso blogueiro mencionou outro batismo realizado nesta segunda-feira.

Aquele que reuniu a Cosan e a Shell.

A Cosan é brasileira e é a maior produtora de etanol de cana do mundo.

A Shell é inglesa e holandesa e uma das maiores produtoras de petróleo do mundo.

As duas se uniram para criar a Raízen.

E em que vai investir a Raízen, amigo navegante ?

Na pesquisa do etanol de terceira geração, extraído da celulose da cana, mais produtivo e ainda menos poluente.

Se o Brasil ainda não sabe jogar lixo fora, vai aprender.

E continuar limpo.

O ansioso blogueiro ousou sugerir a uma diligente e aplicada promotora de Justiça e curadora do meio ambiente na cidade, que mudasse o  primeiro slide de seu power point.

Ela mostra uma cena bucólica, com neve e pinheiros, talvez numa fralda das Rochosas, no noroeste americano .

O ansioso blogueiro sugeriu que ela trocasse por uma foto da avenida das palmeiras imperiais no Jardim Botânico no Rio.

O mais deslumbrante símbolo da proteção ao meio ambiente que meus antepassados portugueses legaram ao Rio e ao Brasil, até hoje.

De mais a mais, aquela foto da promotora deve ser muito antiga.

Porque quando era repórter do Fantástico, ele foi à floresta do Pacífico Noroeste e viu muitos pinheiros.

Muitos.

Deitados em linha reta na boleia dos caminhões.

Para encerrar e antes que lhe cortassem o pescoço, o ansioso blogueiro disse que o prefeito Mario Heins começou a administrar os resíduos sólidos de Santa Bárbara no dia em que fundou o primeiro Brizolão.

E saravá.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Belo Monte

No dia 12/04 recebi um e-mail do Avaaz com o assunto: 4 dias para parar Belo Monte. O e-mail é este aqui.

No mesmo dia discuti o assunto pelo twitter e isso me fez buscar algumas informações a mais, e também elaborar este post.

Nesta discussão, a pessoa defendia que a construção da usina poderia causar danos a natureza (fauna, flora), e consequentemente aos índios que vivem naquela área, além de algumas comunidades _ que teriam que ser retiradas. Citou que a OEA e várias instituições nacionais são contra a construção.

Neste último argumento há uma pequena falácia. Não é porque um monte de instituição diz que o projeto vai destruir a natureza que valida a informação e nem o contrário.

Assim como talvez tenha havido algum equívoco, ou exagero, da minha parte de dizer que tem muita gente contra a construção de Belo Monte pois não querem o progresso norte - nordeste.

Tem gente contra ? Tem.

Mas não posso dizer se a quantidade é tão considerável assim que deva ser levada em consideração.

Ainda citei uma possível conspiração financiada por interesses de outros países (leia-se: Tio Sam), que são contra o crescimento do país (de qualquer país), e ainda o querem como uma colônia. Assim como o tucanato entreguista também quer.



Um aparte: Seria patético qualquer tipo de opinião por parte dos "States" fosse levada em consideração neste caso - EUA faz parte da OEA - uma vez que eles não assinaram o protocolo de Kyoto.

Claro que o ato de assinar o protocolo não quer dizer que todos se comprometerão a cumprir as metas _ pode ter sido só uma estratégia de marketing.

E outra coisa, o maior ofensor do efeito estufa é o metano, a pecuária (arroto, peido e merda de bovino) prejudica mais do que fumaça de carro. Mas será que alguém tem coragem de peitar a pecuária ? 



Continuando: Independentemente das questões políticas que permeiam a discussão, o cerne é a questão ecológica.

Progresso versus meio ambiente.

Não sou especialista em meio ambiente, tudo que tenho são estudos dos dois lados. A galera pró Belo Monte diz que não há riscos, a galera Contra Belo Monte diz que só há riscos.

Belo Monte ?!

Quanta falta de atenção a minha. Falo do assunto até agora, todo empolgado, e me esqueço que talvez haja quem não saiba exatamente do que estou a falar.

Belo Monte é um projeto do governo para construção de uma usina hidrelétrica, que será instalada no estado do Pará, em um trecho de 100km do rio Xingu _ que atravessa o estado do Mato Grosso e corta o Pará até desembocar no rio Amazona.

Foi planejada para gerar no pico cerca de 11 mil MW e como energia firme, média, cerca de 4mil MW. O reservatório _ área alagada _ será de 516 km² (área menor que a cidade de Campinas-SP).

A obra esta prevista para começar em 2015, e tem custo estimado em R$19 bilhões.

Será a terceira maior usina do mundo, atrás de Três Gargantas na China e Itaipu Brasil-Paraguai.

Aqui no How Stuff Works Brasil mostra Como Funciona uma Usina Hidrelétrica.

Veja a área e as cidades próximas no google maps.


Belo Monte - Pará

Belo Monte

Pretendo criar mais dois posts, um falando do movimento de quem é favorável e outro do movimento dos que são contra. Aguardem meus escassos leitores!

Umarmung []s.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Parlamentares aumentam o próprio salário

Reproduzindo post do site do UOL
 

Veja lista dos políticos que apoiaram a votação do aumento de salário


Nesta quarta-feira (15), o Congresso aprovou aumento de 61,7% nos salários de parlamentares, presidente, vice e ministros de Estado. A partir de 1º de fevereiro de 2011, eles receberão R$ 26,7 mil por mês, como os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

Nas duas Casas, a votação foi simbólica, ou seja, do tipo em que o congressista não declara seu voto. Mas na Câmara, foram 279 votos favoráveis, 35 contra e 3 abstenções para a aprovação do regime de urgência, que abriu caminho para que o texto fosse aprovado. No Senado, apenas Marina Silva (PV-AC) se manifestou contra no momento da decisão. Alvaro Dias (PSDB-PR) e José Nery o fizeram apenas depois.

Veja como votaram os candidatos sobre a proposta de aumento de salário


Parlamentar
Estado Voto

DEM
Alberto Fraga DF Sim
Alceni Guerra PR Sim
Antonio Carlos Magalhães Neto BA Sim
Cassio Taniguchi PR Sim
Claudio Cajado BA Sim
Fábio Souto BA Sim
Félix Mendonça BA Sim
Francisco Rodrigues RR Sim
Germano Bonow RS Sim
Guilherme Campos SP Sim
Indio da Costa RJ Sim
Jairo Ataide MG Sim
João Oliveira TO Sim
Jorge Khoury BA Sim
Jorginho Maluly SP Sim
José Carlos Aleluia BA Sim
José Carlos Machado SE Sim
José Maia Filho PI Sim
José Mendonça Bezerra PE Sim
Júlio Cesar PI Sim
Lael Varella MG Sim
Lira Maia PA Sim
Luiz Carlos Setim PR Sim
Major Fábio PB Não
Marcio Junqueira RR Sim
Marcos Montes MG Sim
Milton Vieira SP Sim
Paulo Magalhães BA Sim
Pedro Valadares SE Sim
Rodrigo Maia RJ Sim
Solange Amaral RJ Sim
Vitor Penido MG Sim
Walter Ihoshi SP Sim

Total DEM: 33
PCdoB
Aldo Rebelo SP Sim
Alice Portugal BA Sim
Daniel Almeida BA Sim
Edmilson Valentim RJ Sim
Evandro Milhomen AP Sim
Jô Moraes MG Sim
Osmar Júnior PI Sim

Total PCdoB: 7

PDT
Ademir Camilo MG Sim
Dagoberto MS Sim
Fernando Chiarelli SP Não
Giovanni Queiroz PA Sim
João Dado SP Sim
José Carlos Araújo BA Sim
Julião Amin MA Sim
Manato ES Sim
Marcos Medrado BA Sim
Mário Heringer MG Sim
Paulo Pereira da Silva SP Sim
Pompeo de Mattos RS Sim
Sebastião Bala Rocha AP Sim
Sueli Vidigal ES Não
Vieira da Cunha RS Sim
Wilson Picler PR Sim
Wolney Queiroz PE Sim

Total PDT: 17

PHS
Miguel Martini MG Sim
Uldurico Pinto BA Sim
Total PHS: 2
PMDB
Alexandre Santos RJ Sim
Aníbal Gomes CE Sim
Ann Pontes PA Sim
Antônio Andrade MG Sim
Asdrubal Bentes PA Sim
Átila Lins AM Sim
Bel Mesquita PA Sim
Bernardo Ariston RJ Sim
Camilo Cola ES Sim
Carlos Bezerra MT Sim
Celso Maldaner SC Sim
Colbert Martins BA Sim
Darcísio Perondi RS Sim
Edio Lopes RR Sim
Edson Ezequiel RJ Sim
Eduardo Cunha RJ Sim
Elcione Barbalho PA Sim
Flaviano Melo AC Sim
Francisco Rossi SP Sim
Gastão Vieira MA Sim
Geraldo Resende MS Sim
Henrique Eduardo Alves RN Sim
João Magalhães MG Sim
João Matos SC Sim
Joaquim Beltrão AL Sim
Jurandil Juarez AP Sim
Lelo Coimbra ES Não
Leonardo Quintão MG Sim
Luiz Bittencourt GO Sim
Manoel Junior PB Sim
Marçal Filho MS Sim
Marcelo Almeida PR Não
Marcelo Castro PI Sim
Marcelo Melo GO Sim
Marcos Lima MG Sim
Maria Lúcia Cardoso MG Sim
Mauro Lopes MG Sim
Mauro Mariani SC Sim
Mendes Ribeiro Filho RS Sim
Moacir Micheletto PR Sim
Moises Avelino TO Sim
Nelson Bornier RJ Sim
Nelson Trad MS Sim
Odílio Balbinotti PR Sim
Osmar Terra RS Sim
Osmar Serraglio PR Sim
Paulo Henrique Lustosa CE Sim
Paulo Piau MG Sim
Paulo Rattes RJ Sim
Pedro Novais MA Sim
Professor Setimo MA Sim
Raul Henry PE Sim
Reinhold Stephanes PR Não
Rodrigo Rocha Loures PR Sim
Severiano Alves BA Sim
Silas Brasileiro MG Sim
Solange Almeida RJ Sim
Tadeu Filippelli DF Sim
Valdir Colatto SC Sim
Veloso BA Sim
Vital do Rêgo Filho PB Sim
Waldemir Moka MS Sim
Wilson Braga PB Sim
Wladimir Costa PA Sim
Zé Gerardo CE Sim

Total PMDB: 65

PMN
Francisco Tenorio AL Sim
Sergio Petecão AC Sim

Total PMN: 2

PP
Angela Amin SC Sim
Antonio Cruz MS Sim
Benedito de Lira AL Sim
Beto Mansur SP Sim
Celso Russomanno SP Sim
Ciro Nogueira PI Sim
Dilceu Sperafico PR Sim
Dr. Nechar SP Sim
Eduardo da Fonte PE Sim
Eliene Lima MT Sim
Eugênio Rabelo CE Sim
Gerson Peres PA Sim
Jair Bolsonaro RJ Sim
João Leão BA Sim
José Otávio Germano RS Sim
Lázaro Botelho TO Sim
Luis Carlos Heinze RS Sim
Luiz Fernando Faria MG Sim
Márcio Reinaldo Moreira MG Sim
Mário Negromonte BA Sim
Nelson Meurer PR Sim
Rebecca Garcia AM Sim
Renato Molling RS Sim
Ricardo Barros PR Sim
Roberto Balestra GO Sim
Roberto Britto BA Sim
Simão Sessim RJ Sim
Vilson Covatti RS Sim
Waldir Maranhão MA Sim
Zonta SC Sim

Total PP: 30

PPS
Alexandre Silveira MG Sim
Arnaldo Jardim SP Sim
Augusto Carvalho DF Não
Cezar Silvestri PR Sim
Humberto Souto MG Sim
Moreira Mendes RO Sim
Raul Jungmann PE Não
William Woo SP Sim

Total PPS: 8

PR
Aelton Freitas MG Sim
Aracely de Paula MG Sim
Bilac Pinto MG Sim
Davi Alves Silva Júnior MA Sim
Dr. Adilson Soares RJ Sim
Dr. Paulo César RJ Sim
Edmar Moreira MG Sim
Geraldo Pudim RJ Sim
Homero Pereira MT Sim
Inocêncio Oliveira PE Art. 17 (presidia a sessão; sem voto)
João Carlos Bacelar BA Sim
Jofran Frejat DF Sim
José Rocha BA Sim
José Santana de Vasconcellos MG Sim
Luciano Castro RR Sim
Lúcio Vale PA Sim
Maurício Quintella Lessa AL Sim
Maurício Trindade BA Sim
Milton Monti SP Sim
NIlmar Ruiz TO Sim
Wellington Fagundes MT Sim
Wellington Roberto PB Sim
Zé Vieira MA Sim

Total PR: 23

PRB
Antonio Bulhões SP Sim
Flávio Bezerra CE Sim
Léo Vivas RJ Sim
Márcio Marinho BA Sim

Total PRB: 4

PSB
Abelardo Camarinha SP Sim
Ana Arraes PE Sim
Ariosto Holanda CE Sim
Átila Lira PI Sim
Capitão Assumção ES Não
Dr. Ubiali SP Sim
Fernando Coelho Filho PE Sim
Givaldo Carimbão AL Sim
Gonzaga Patriota PE Sim
Janete Capiberibe AP Sim
Júlio Delgado MG Sim
Laurez Moreira TO Sim
Luiza Erundina SP Não
Maria Helena RR Sim
Mauro Nazif RO Não
Ribamar Alves MA Sim
Valadares Filho SE Sim
Valtenir Pereira MT Sim

Total PSB: 18

PSC
Agnaldo Muniz RO Abstenção
Carlos Eduardo Cadoca PE Sim
Filipe Pereira RJ Sim
Hugo Leal RJ Sim
Jurandy Loureiro ES Sim
Marcondes Gadelha PB Sim
Ratinho Junior PR Sim
Regis de Oliveira SP Não
Sérgio Brito BA Sim
Silas Câmara AM Sim
Takayama PR Não

Total PSC: 11

PSDB
Alfredo Kaefer PR Não
Antonio Carlos Pannunzio SP Sim
Bruno Rodrigues PE Sim
Carlos Alberto Leréia GO Sim
Carlos Sampaio SP Sim
Cláudio Diaz RS Sim
Edson Aparecido SP Sim
Eduardo Barbosa MG Sim
Eduardo Gomes TO Sim
Emanuel Fernandes SP Não
Gustavo Fruet PR Não
José C Stangarlini SP Não
Lobbe Neto SP Sim
Luiz Carlos Hauly PR Sim
Narcio Rodrigues MG Sim
Paulo Abi-Ackel MG Sim
Paulo Bauer SC Sim
Pinto Itamaraty MA Sim
Professora Raquel Teixeira GO Sim
Renato Amary SP Sim
Ricardo Tripoli SP Sim
Rita Camata ES Sim
Rogério Marinho RN Sim
Rômulo Gouveia PB Sim
Silvio Lopes RJ Abstenção
Thelma de Oliveira MT Sim
Vanderlei Macris SP Sim
Zenaldo Coutinho PA Sim

Total PSDB: 28

PSOL
Chico Alencar RJ Não
Ivan Valente SP Não
Luciana Genro RS Não

Total PSOL: 3

PT
Andre Vargas PR Sim
Angela Portela RR Sim
Angelo Vanhoni PR Sim
Antônio Carlos Biffi MS Sim
Antonio Carlos Biscaia RJ Sim
Assis do Couto PR Não
Beto Faro PA Sim
Carlos Abicalil MT Sim
Carlos Santana RJ Sim
Carlos Zarattini SP Sim
Cida Diogo RJ Não
Décio Lima SC Não
Devanir Ribeiro SP Sim
Eduardo Valverde RO Não
Emilia Fernandes RS Abstenção
Fernando Ferro PE Sim
Fernando Marroni RS Sim
Geraldo Simões BA Sim
Gilmar Machado MG Sim
Iran Barbosa SE Não
Jilmar Tatto SP Sim
José Genoíno SP Sim
José Guimarães CE Sim
Luiz Alberto BA Sim
Luiz Couto PB Não
Magela DF Não
Marco Maia RS Sim
Maurício Rands PE Sim
Nelson Pellegrino BA Sim
Odair Cunha MG Sim
Paulo Pimenta RS Não
Paulo Rocha PA Sim
Paulo Teixeira SP Sim
Pedro Eugênio PE Sim
Pedro Wilson GO Sim
Reginaldo Lopes MG Sim
Sérgio Barradas Carneiro BA Sim
Vander Loubet MS Não
Vicentinho SP Sim
Vignatti SC Sim
Virgílio Guimarães MG Sim
Walter Pinheiro BA Sim
Zé Geraldo PA Sim
Zezéu Ribeiro BA Sim

Total PT: 44

PTB
Alex Canziani PR Sim
Antonio Carlos Chamariz AL Sim
Armando Abílio PB Sim
Ernandes Amorim RO Não
Nelson Marquezelli SP Sim
Paes Landim PI Sim
Paulo Roberto Pereira RS Sim
Pedro Fernandes MA Sim
Roberto Alves SP Sim
Sérgio Moraes RS Sim

Total PTB: 10

PTC
Carlos Willian MG Sim
Paes de Lira SP Não

Total PTC: 2

PTdoB
Vinicius Carvalho RJ Sim
Total PTdoB: 1

PV
Antônio Roberto MG Sim
Ciro Pedrosa MG Sim
Dr. Talmir SP Não
Edson Duarte BA Sim
Fábio Ramalho MG Sim
Fernando Gabeira RJ Não
Henrique Afonso AC Não
Luiz Bassuma BA Não
Marcelo Ortiz SP Sim
Roberto Santiago SP Sim

Total PV: 10

Mais:


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Eleições 2010.

As eleições 2010 acabaram. Mais de 106 milhões de pessoas foram às urnas neste segundo turno para escolher seus candidatos a governador e presidente para os próximos 4 anos.

Faz parte da política o ato de convencer as pessoas com argumentos (verdadeiros ou falsos) e promessas (vazias ou que podem ser de fato cumpridas) a fim de que as pessoas escolham este ou aquele candidato.

No caso da eleição presidencial neste segundo turno, os argumentos inconsistentes passaram da conta. Uma baixaria total !!

Os marqueteiros de vossa senhoria, senhor José Serra, pegaram pesado com a questão do aborto, espalhando mensagens sem nexo na internet contra a Dilma Rousseff. Eu mesmo recebi de pessoas acéfalas alguns destes e-mails. O mais trágico é que no momento que eu as respondia, pedindo alguma argumentação coerente ou prova, ninguém respondia...

Tentaram tudo que foi possível contra a imagem de Dilma Rousseff. Serra virou uma espécie de santinho, o cara "do bem" como uma das propagandas dele dizia irritantemente. Mas não vou ser injusto, Serra também foi atacado. Sim, por uma bolinha de papel é verdade, mas foi, e isso não pode ser esquecido. #SerraRojas como diria Lula.

Após as eleições, o twitter passou por um dia triste. Você era capaz de ver os Trend Topics coisas como: Norte/Nordeste, Sul/Sudeste, nordestito, força paulista e várias outras babaquices do tipo. A impressão que ficou é que o Brasil foi dividido em dois pedaços: a elite branca separatista do Sul e os esfomeados do bolsa família no Norte.

A campanha do ódio do Serra chegou no cúmulo de dividir o país em dois... parabéns !!

Eu fiz questão de construir a tabela abaixo do segundo turno das eleições presidenciais (dados do UOL) para tirar algumas conclusões baseadas em números incontestáveis (partindo do princípio que não houve irregularidade na apuração dos votos).


Região/Estado Serra (Qtde / %) Dilma R. (Qtde / %) Válidos Nulos Abstenções Brancos Total
Acre 222766 69,67 96969 30,33 319735 12585 134317 3563 470300
Amapá 118360 37,34 198644 62,66 317004 17106 81796 4443 420449
Amazonas 275333 19,43 1141607 80,57 1416940 37204 543726 30369 2028339
Pará 1576154 46,80 1791443 53,20 3367597 79571 1275991 40412 4763671
Rondônia 385735 52,63 347138 47,37 732873 56082 276450 12997 1078502
Roraima 141896 66,56 71280 33,44 213176 5996 49924 2507 271703
Tocantins 273306 41,12 391279 58,88 664585 22523 251365 9455 948028
NORTE 2993550 42,57 4038360 57,43 7031910 231067 2613569 103746 9980992
Goiás 1490368 50,75 1446178 49,25 2936546 159963 900924 61595 4059128
Distrito Federal 633299 47,19 708674 52,81 1341973 92195 354146 45821 1834235
Mato Grosso 762905 51,11 729747 48,89 1492652 35725 545646 20082 2094205
Mato Grosso do Sul 682305 55,13 555283 44,87 1237588 33765 410546 19080 1701079
CENTRO-OESTE 3568877 50,92 3439882 49,08 7008759 321648 2211262 146578 9688647
Alagoas 637368 46,37 737236 53,63 1374604 89922 536872 32120 2033618
Bahia 1948584 29,15 4737079 70,85 6685663 342716 2369486 146826 9544791
Ceará 962729 22,65 3288570 77,35 4251299 177247 1358604 91042 5878292
Maranhão 606449 20,91 2294146 79,09 2900595 103364 1275532 41114 4320705
Paraíba 767919 38,45 1229391 61,55 1997310 166383 521249 53447 2738489
Pernambuco 1113235 24,35 3457953 75,65 4571188 177561 1373943 133692 6256484
Piauí 477092 30,02 1112380 69,98 1589472 128569 517245 26645 2262031
Rio Grande do Norte 665726 40,46 979772 59,54 1645498 75128 483909 40639 2245274
Sergipe 493280 46,44 568862 53,56 1062142 44462 294968 23787 1425459
NORDESTE 7672382 29,42 18405389 70,58 26077771 1305352 8731808 589312 36705143
Espiríto Santo 955423 50,83 924046 49,17 1879469 62285 527745 52573 2522172
Minas Gerais 4422294 41,55 6220125 58,45 10642419 529422 3045244 297028 14514213
Rio de Janeiro 3223891 39,52 4934077 60,48 8157968 676712 2436258 313497 11584535
São Paulo 12308483 54,05 10462447 45,95 22770930 1099361 5801614 618538 30290543
SUDESTE 20910091 48,12 22540695 51,88 43450786 2367780 11810861 1281636 58911463
Paraná 3226216 55,44 2593086 44,56 5819302 174761 1491451 112620 7598234
Rio Grande do Sul 3237207 50,94 3117761 49,06 6354968 168223 1436185 148409 8107885
Santa Catarina 2030135 56,61 1556226 43,39 3586361 116970 766246 67252 4536929
SUL 8493558 53,89 7267073 46,11 15760631 459954 3693882 328281 20243048
Total Estados 43638458 43,93 55691399 56,07 99329857 4685801 29061382 2449553 135529293
Total Geral 43711388 43,95 55752529 56,05 99463917 4689428 29197152 2452597 135804433

* Eu achei estranho a diferença que deu entre estas duas últimas linhas, mas lembrei dos votos no exterior que foram mais de 200 mil. Nos cálculos abaixo só vou considerar os votos dentro do país (Total Estados).

Bom, vamos para algumas considerações sobre os dados da tabela:

1) Dilma venceu no Norte, Nordeste e Sudeste _ engraçado ela ter vencido no Sudeste, e mais, venceu no Rio de Janeiro, Minas Gerais e por 31377 votos, não venceu no Espírito Santo;

2) Serra venceu no Sul e Centro-Oeste;

3) Eu li e ouvi muita gente falando que a Dilma só ganhou por causa do Nordeste. Então pensei, porque não tirar os votos do Nordeste da eleição ? O que será que acontece ? Vejamos:

Serra ficaria com 35.966.076 votos (49,10 %) contra 37.286.010 votos (50,90%) da Dilma.

Pasmem ! Dilma venceria do mesmo jeito com uma diferença de 1.319.934 de votos !!

Minas Gerais terra de Aécio e Itamar, e o Rio de Janeiro terra de FHC fazem parte do Nordeste ?? Não que eu saiba...No Sudeste, Dilma venceu com uma diferença de 1.630.604 votos, mesmo perdendo em São Paulo.

4) Voltando a falar do voto dos pobres, pensei usar um indicador financeiro para mostrar algo. Usei o PIB (2007, o último disponível pelo IBGE). Usei apenas os 10 estados com o maior PIB.



Estado PIB Serra Dilma Válidos
São Paulo 1 12308483 54,05 10462447 45,95 22770930
Rio de Janeiro 2 3223891 39,52 4934077 60,48 8157968
Minas Gerais 3 4422294 41,55 6220125 58,45 10642419
Rio Grande do Sul 4 3237207 50,94 3117761 49,06 6354968
Paraná 5 3226216 55,44 2593086 44,56 5819302
Bahia 6 1948584 29,15 4737079 70,85 6685663
Santa Catarina 7 2030135 56,61 1556226 43,39 3586361
Distrito Federal 8 633299 47,19 708674 52,81 1341973
Goiás 9 1490368 50,75 1446178 49,25 2936546
Pernambuco 10 1113235 24,35 3457953 75,65 4571188
Total 33633712 46,16 39233606 53,84 72867318

Novamente a Dilma vence, com uma diferença de 5.559.894 votos.

O argumento da pobreza então me faz pensar que é uma bobagem. Aquele mapa (norte vermelho e sul Azul) esconde mais coisas que possamos imaginar, mas que podemos calcular.

5) Ouvi alguns argumentos dizendo que o feriado fez os ricos irem curtir o fim de semana prolongado e se não fosse a alta taxa de abstenção o Serra teria vencido. Bom, quanto a isso eu tenho que concordar, ele teria ganho sim... SE:

O número de abstenções é de 29.061.382 de eleitores.

Vamos imaginar que não houve abstenção na eleição. Todos os mais de 135 milhões de eleitores foram às urnas no segundo turno. Vou mais longe, vou dizer que todos estes eleitores votaram em um dos candidatos, sem anular voto ou votar em branco. Neste caso terei que distribuir estes votos entre os dois.

Se 70% dos eleitores abstensos tivessem votado no Serra e 30% na Dilma, ele teria perdido por uma diferença de 428.388 votos.

Se 71% dos eleitores abstensos tivessem votado no Serra e 29% na Dilma, ele venceria (aí sim) por uma diferença de 152.839 votos.

Somando os votos válidos com as abstensões atribuídas para cada candidato, e dividindo pelo total de votos (válidos mais abstensões totais), Serra venceria por uma diferença de 0,11%.

Alguém realmente, em sã consciência, acredita que mais de 70% dos abstensos teriam votado no Serra ?


Finalizando

Apesar de parecer um petista, como um amigo insiste em me chamar, prefiro um debate sadio com argumentos coerentes e com provas se possíveis. Se alguém está errado, não importa de que lado seja, esse alguém deve pagar por isso. Mesmo aqueles mensaleiros que eram do PT.

Qualquer seja o desgraçado que desviar um único centavo dos meus impostos, merece meu desprezo.

Falando da eleição, a vitória da Dilma é algo de fato para ser valorizado. Ela ganhou nos estados ricos, e nos pobres. De fato ela é a continuidade do governo Lula, e espero que ela mostre que não precisa dele para governar, que ela tem força e influência para fazê-lo.

Sobre o separatismo da elite branca do Sul, é absurdo afirmar que o Nordeste todo trocou seu voto pelo miolo do pão. É de um racismo descabido. O Brasil é um país só. Sim, temos estados pobres demais e temos os ricos. Temos problemas em todo o país. Viver em São Paulo pode ser garantia de emprego e facilidade de acesso a tecnologia, mas não é garantia de boa segurança e educação. É o maior PIB, mas também os impostos são mais altos, o custo de vida é alto.

Bom, agora que as eleições acabaram, faça também sua parte. Lembra em quem votou ? Espero que sim.

Consulte seu candidato em seu estado aqui, aqui ou aqui veja se foi eleito, se sim, comece a cobrá-lo para não vir chorar as pitangas depois.

[]s.
deste blogueiro.