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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Do Império Russo até a URSS. Parte III


No post anterior
falei sobre os problemas que o Império Russo teve após o início da Primeira Guerra Mundial, que culminaram na queda da dinastia Romanov. Assumem os sovietes e os parlamentares da duma numa espécie de duplo-poder. Após os governos provisórios não terem cumprido seu papel de ajudar a população naquilo que ela mais queria, os bolcheviques ganharam força, o suficiente para se organizarem e tomar o poder em outubro de 1917.

Temos o segundo Congresso Pan-Russo dos sovietes onde é aprovada a constituição de um novo governo presidido por Lênin e pelo Conselho dos Comissários do Povo (todos bolcheviques), sendo Trotsky o ministro da Relações Exteriores e Joseph Stalín ministro das Nacionalidades.

Mas nem tudo são rosas na vida de Joseph Climber _ tem gente que escreve com k, mas parti do princípio de que eles falavam de um escalador, e a palavra escalar em inglês escreve-se Climb, com C. Se bem que é nome de pessoa, então isso passa a não fazer sentido... bom tanto faz essa merda, não vai mudar minha vida lol.

Onde parei ? Ah tah, na Russia. Voltando, nem tudo são rosas para o bolchevismo, é aquela velha história, conquistar é uma coisa, e manter é outra coisa (ou como diria o técnico, poeta nas horas livres, Vanderlei Luxemburgo "uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa").

Vamos ao que interessa então !!

Logo que assume o poder, os bolcheviques votam o Decreto sobre a terra e o decreto sobre a paz e outras reformas como: igualdade e soberania dos povos da Rússia, igualdade dos cidadãos, casamento civil, a separação da igreja e do Estado, controle operário sobre as empresas e nacionalização de algumas indústrias.

Saída da Primeira Guerra: Em 3 de março de 1918 é assinado o acordo de Brest-Litovisk, onde a Rússia aceita a derrota na guerra. Este acordo não prevê anexação nem reparação, com isso perde controle sobre a Finlândia, Países Bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia), Polônia, Bielorrússia e Ucrânia (800.000 km²). Estes territórios continham um terço da população da Rússia, metade de sua indústria e nove décimos de suas minas de carvão.

A Alemanha ia tornar-se dona destes territórios, mas no mesmo ano assina sua rendição e estes países tornam-se independentes _ exceto os dois em vermelho que após o fim da Guerra Civil (1922) voltam a ser anexados pela então URSS.

Guerra Civil: Depois das reformas e do anúncio do novo governo, a zona aumentou: revoluções e guerra civil.

No campo da política os bolcheviques começam a praticar o terror: perseguem os socialistas revolucionários, excluem os mencheviques dos sovietes, dissolvem a Assembléia pois perdem nas eleições. No V Congresso Pan-Russo dos Sovietes adotam uma constituição que consagra o poder único do agora chamado Partido Comunista.

Todos contra os bolcheviques


Ofensivas organizadas por Kerensky são lançadas contra a capital, mas Trotsky consegue contê-lo graças ao Exército Vermelho e os marinheiros do Kronstadt.

Os russos saíram da guerra, mas a galera da Entente não gostou, considerando um ato de traição a assinatura do acordo com os países da aliança, e também pelo não reconhecimento das dívidas da época do Czarismo. Além de querer impedir que os ideais bolcheviques se espalhassem pelo resto da Europa. Sendo assim ingleses, franceses, estadunidenses e japoneses enviam tropas para apoiar o exército branco (tzaristas).

Ah, lembra os socialistas revolucionários que foram perseguidos ? Sim, eles também se unem para atacar os bolcheviques, eles se estabelecem em Samara, de onde organizam atentados dentro do território bolchevique.

E como se não bastasse há os grupos anarquistas da Ucrânia (Makhnovistas) liderados por Nestor Makhno, que inicialmente são ajudados pelo exército vermelho a combater as tropas da Polônia (guerra Polaco-Soviética) e brancas (generais Denikin e Wrangel), mas depois entram em atrito e no fim acabam perdendo, voltando a Ucrânia para o domínio da URSS.


O Exército Vermelho contra todos


O Exército Vermelho foi criado por Trotsky em 1918 especialmente para proteger o país da guerra civil. Contava inicialmente com 100.000 voluntários, e no fim da guerra contava com mais de 5 milhões de soldados _ esse crescimento deveu-se a instauração do serviço militar obrigatório.

Um a um, os inimigos vão diminuindo:

Exército vermelho esmagou os exércitos dos generais "brancos";
Em1919 a Entente deixa o páis;
Em 1920 é assinado a Paz de Riga, selando o fim da guerra Polaco-soviética (ou russo-polonesa como queiram);
No final do mesmo ano tem fim a revolução ucraniana (Makhnovista).

Comunismo de Guerra: Em 1917 Lênin cria a polícia secreta, a Tcheka (ou Checa), e esta tem a tarefa de "reprimir e liquidar", qualquer ato "contra-revolucionário". Os adversários do governo são afastados, a família Romanov é assassinada.

Na luta contra a fome, o produtor que tivesse excedentes de grãos devia entregá-los a população, sob pena de ter seus béns confiscados além de 10 anos de prisão.

Para aumentar os rendimentos, a partir de 1918 é obrigatório o trabalho entre as idades de 16 a 50 anos com pagamento que varia conforme a produção. A partir de 1920 todas as empresas com mais de 5 funcionários que possuíam um motor foram nacionalizadas.

Com isso tudo, a revolução está salva. Mas o país está acabado, perdeu territórios e está isolado no plano internacional.

Komintern e o cordão Sanitário: Apenas finalizando, em 2 de março de 1919 (em plena a guerra civil) foi criado por Lênin a Conferência Comunista Internacional (Komintern), com a pretenção de reunir forças políticas para disseminar o comunismo e organizar as revoluções pela Europa.

Algumas revoluções acontecem na Alemanha, Hungria, Itália mas todas falham em seu objetivo, são facilmente derrubadas pelos governos. Para evitar o contágio da Europa por estas ideias revolucionárias, os EUA do presidente Wilson mais os países da Entente sugerem aquilo que foi chamado de cordon sanitaire (Cordão Sanitário) pelo ex-primeiro ministro francês Georges Clemenceau, que é o isolamento que a Rússia deveria sofrer pelos países que fazem fronteira a ela.

Bom, aparentemente a Rússia está perdida. Mas ainda tem mais, a Rússia ainda tem Lênin, e este irá achar uma outra maneira de começar a mudar esta situação. No próximo post, saberemos o que foi o NEP e a mudança para a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas !

Abraços []

p.s. Prometo em um próximo post colocar só mapas, para uma melhor visualização das transformações territoriais. Estou me atendo agora mais nos fatos e menos em imagens.

sábado, 10 de julho de 2010

Do Império Russo até a URSS. Parte II




Volto neste post para continuar a falar da passagem do Imperío Russo para a URSS. No post anterior falei da situação da população russa, do Domingo Vermelho, criação da Duma e dos partidos políticos e do clima de revolta com o Czar, Nicolau II.

No ano de 1914 tivemos a Primeira Grande Guerra, onde a Rússia embarcou para proteger a Sérvia que estava na mira do Império Austro-Hungaro_ não proteger por puro coleguismo, mas na realidade, para não perder sua influência na região dos balcãs e a saída para o Mediterrâneo.

Lembrando que a economia de guerra gera problemas enormes para a sociedade, pois o abastecimento do exército se torna prioridade. A produção cai, os preços aumentam, os salários se mantem baixos, aumenta o desemprego e a administração do país não faz nada para ajudar o povo, e as manifestações populares crescem rapidamente. E para piorar, os líderes das manifestações são presos. No fim das contas o povo mesmo tomava atitudes para se ajudar tamanha era a falta de comando.

Em 1916 morre Grigori Rasputin, que acabou tendo grande influência no governo do país, principalmente na época em que o Czar esteve fora para auxiliar na guerra.

Filme: Rasputin, Dark Servant of Destiny, eu assisti esse filme e gostei, acho que da para ter uma idéia de quem foi esse místico. Com Ian McKellen (Gandalf, Senhor dos Anéis) que interpreta o Czar Nicolau II e o Rasputin é interpretado pelo ator Alan Rickman (Severus Snape, Harry Potter).

Dia da mulher, auge da crise e fim da Dinastia Romanov: De 8 a 12 de março de 1917 (23 a 27 de fevereiro no calendário Juliano) explode uma série de manifestações espontâneas na capital Petrogrado, motivadas pela miséria e pela fome. Segundo relatos de Leon Trotsky, não havia nada planejado, nenhuma greve. As pessoas simplesmente começaram a se mobilizar, e de repente metade da população da capital estava em greve e os batalhões também se revoltaram contra o exército que fora ordenado pelo Czar a atirar. Esta foi a última decisão do Czar, que no dia 15 de março assinou sua abdicação. A Dinastia Romanov só irá conhecer seu fim em 17 de julho 1918, onde toda a família é fuzilada.

Duas forças políticas: Com o fim do czarismo, duas forças políticas já estavam se organizando, e enfim passam a comandar a Rússia: O governo provisório, proveniente de deputados (burgueses) da DUMA e os sovietes divididos em: socialistas-revolucionários (SR), mencheviques e bolcheviques (citados na parte I). O interessante desse duplo-poder, é que o povo não tem confiança no governo provisório e os sovietes não querem assumir as responsabilidades e tomam atitudes que passam por cima do governo, como controlar o exército.

Até a revolução Bolchevique, dois governos provisórios foram formados, com a participação da DUMA, SR e dos mencheviques, o último é presidido por Alexander Kerensky, antigo ministro de guerra. Os governos foram se desfazendo e refazendo graças a pressão popular, uma vez que suas principais necessidades não eram atendidas: fim da guerra e reforma agrária. O povo perdeu a confiança nestes partidos que se aliaram a burguesia e voltou-se para os bolcheviques, que voluntariamente ficaram de fora do poder. Era como se Lênin soubesse exatamente o que aconteceria, e como tal, percebeu que era chegada a hora de agir !


Revolução Bolchevique (revolução de outubro) em três partes

Teses de Abril:Lênin que da Suiça observou todo o movimento, retorna a Rússia
e começa uma grande campanha de propaganda de seus ideais, que foram chamadas de as Teses de Abril, com o slogan: Pão, Paz e Terra ! Apelou aos sovietes (conselhos de trabalhadores) "Todo poder aos sovietes". Lênin também queria mostrar a população que a guerra era um ideal burguês-capitalista, e com aquele governo atual jamais haveria cessar-fogo.

Dias de Julho: Uma das primeiras tentativas, foram os Dias de Julho (3 a 7 de julho), onde os bolcheviques lideraram um ataque de soldados e trabalhadores industriais na cidade contra o governo provisório. Kerensky ordena a repreensão deste ataque, alguns bolcheviques são presos e Lênin foge para a Finlândia.

O governo vai perdendo sua força, e Kerensky percebendo a força crescente dos bolcheviques, permite que eles se reconstituam. Em setembro os bolcheviques conseguem a maioria na Seção Trabalhista do Soviete de Petrogrado, Moscou e outras cidades importantes, sendo Trotsky eleito presidente.

A Insurreição: Lênin, ainda na Finlândia, envia uma carta ao comitê central do partido bolchevique, dizendo que era chegado o momento da tomada do poder, uma vez que os bolcheviques eram maioria, estavam organizados e propunham o que o povo queria. Na noite de 7 para 8 de novembro (24 e 25 de outubro no calendário juliano), as milícias organizadas por Trotsky tomam os pontos estratégicos da capital Petrogrado sem derramamento de sangue. Kerensky foge pela manhã seguinte. O palácio de inverno, sede do governo é tomado durante o dia, e à noite, o congresso pan-russo dos sovietes, de maioria bolchevista aprova a Revolução de Outubro, finalizando o governo provisório.

Os bolcheviques logo que tomam o poder, retiram-se da Primeira Guerra Mundial, assinando o tratado de Brest-Litovski com os países da Aliança, além do Decreto da Terra, que previa a abolição da propriedade privada para a redistribuição de terras entre os camponeses.

Finalmente os bolcheviques tomaram o poder... mas, e agora ? Como Lênin conduzirá essa nação ainda na miséria ? Como instalará o socialismo ? Será que toda a Rússia aceitou essa nova ordem ? E a saída da guerra, no que isso resultou ?

Estas perguntas serão respondidas na terceira parte o/

videtʹ Vas, vejo vocês em russo =D

terça-feira, 6 de julho de 2010

Do Império Russo até a URSS. Parte I


Ainda no contexto da primeira guerra mundial, vou falar sobre uma de suas participantes do lado da Entente, que teve sérios problemas externos, mas principalmente internos. Esta gigante contava com uma população de “apenas” 170 milhões de habitantes em 1914 _ imagine que hoje a Rússia conta com uma população de cerca de 140 milhões, claro, levando em consideração a perda de território, e independência de alguns países como a Ucrânia.

Falando do início do século XX, a Rússia (ou Império Russo como queira) era o quinto país mais industrializado do mundo, mas seu desenvolvimento indústrial dependia de capitais e técnicos estrangeiros.A economia predominante era agrícola e arcaica. Por volta de 1914, a população rural era de 80%.

Esse crescimento industrial faz surgir a burguesia de um lado e os operários do outro, que somados aos camponeses sem terra, pedem por reformas sociais. Com isso, vão se formando partidos, como o liberal dos díscípulos de Karl Marx que se apoiam na classe operária. A primeira revolução estoura em 22 de janeiro de 1905, com o massacre do Domingo Vermelho em São Petersburgo (dia 09 de janeiro do calendário juliano)

Domingo Vermelho: Liderados pelo padre Gregori Gapone, uma multidão de pessoas caminhavam até o palácio de inverno do Czar Nicolau II, em missão de paz. Apenas cantavam músicas religiosas, e o objetivo era a entrega de um documento para o Czar, pedindo reformas sociais. Pois bem, o Czar ordenou que seus guardas não deixassem o povo se aproximar do palácio, o povo não recuou e ... se alguém já assistiu Hermanoteu na terra de Godah, vai se lembrar do Jajá falando e balançando a espada “mata todo mundoooooo”. O povo que gostava do imperador passou a não gostar mais... esse episódio desencadeia várias greves e manifestações, como a do Encouraçado Potemkin* na cidade de Odessa (atual Ucrânia)

* Filme: O Encouraçado Potemkin, de Sergei Eisenstein (1925)

Para não gerar mais descontentamento ainda, o Czar permitiu contra sua vontade, a criação da Duma (parlamento) e dos partido políticos. Surgem os socialistas-revolucionários, mencheviques e bolcheviques. A Duma serve apenas para o Czar ganhar tempo agradando a população enquanto o exército reprime as revoltas. Depois o Czar volta-se contra a Duma e corta muito daquilo que foi prometido, tornando esta apenas um “grupo de bate-papo”.

Bolcheviques (do russo: maioria) e mencheviques (do russo: minoria): Ambos tinham os ideais de Karl Marx, porém apenas com visões diferentes sobre como a revolução deveria ser feita. O primeiro era liderado por ninguém mais que Vladimir Ílitch Uliánov ou apenas Lênin.

Palavras proféticas de Lênin:

“Uma era contrarrevolucionária está aberta: e ela durará cerca de 20 anos, a menos que nesse intervalo o czarismo seja abalado por uma guerra importante”

Apenas para finalizar esta primeira parte, ao passo que o país vai se aproximando do ano de 1914 (Primeira Guerra Mundial), o país sofre cada vez mais com as péssimas condições de vida no campo e nas cidades. Quando entra na guerra, pode até se orgulhar de ter um exército de 8 milhões de soldados (LOL), mas as condições de vida só irão piorar, cada vez mais, e isso favorecerá ainda mais as revoluções...

Continua no próximo post o/

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Declínio europeu pós primeira guerra


Continuando o post sobre a primeira guerra, veremos quais foram os resultados imediatos dessa guerra, e o que isso mudou na sociedade da época.

A primeira guerra mundial atingiu duramente os países europeus, que tiveram grandes perdas humanas, materiais e financeiras.

Perdas humanas

- As fontes que encontrei, divergem entre si no número de mortos, porém concordam que morreram aproxidamente 10 milhões de homens, e na sua maioria alemães, russos e franceses. Além de cerca de 6 milhões de inválidos, e ainda pessoas que morreram de doenças, como a gripe espanhola ou gripe de 1918;

- São os homens que vão para guerra, e normalmente na idade de procriação (25 - 50 anos), com isso, a taxa de natalidade caiu muito na Europa;

- Outro mudança foi o aumento das mulheres no mercado de trabalho, como por exemplo trabalhadoras nas indústrias bélicas _ homem estava em falta naquele época rs.

Perdas materiais

França, Bélgica, Russia européia, Holanda, nordeste da Itália, Sérvia, Romênia que serviram como campos de batalha, tiveram muitas áreas destruídas.

Perdas financeiras

- Os países gastaram muito do seu próprio ouro para compra de equipamentos para guerra, uma vez que não tinham produtos para exportação. Depois viram que esta forma de financiamento não era muito eficiente, e recorreram aos empréstimos internos e externos. Os EUA é o país que mais empresta dinheiro aos beligerantes (países que tomam parte em uma guerra);

- Os países em guerra diminuíram sua produção agrícola, deixaram de exportar, perderam os transportes internacionais que controlavam antes da guerra (valor dos fretes). E tudo que faltava durante a guerra era importado _ e a dívida externa aumentava;

- os EUA, o Japão, demais países do continente americano e as colonias do países envolvidos na guerra, aumentaram suas produções para abastecê-los. Como alguns destes países mais pobres precisavam de recursos para aumentar a produção, ao invés de pedirem a falida Europa, passaram a emprestar dos EUA. E pouco a pouco Londres perde seu poder de banco mundial para Nova York _ nova capital mundial financeira _ e o dólar passa a ser a moeda de referência.


Transformações sociais

- Os regimes parlamentares começam a surgir em países como Alemanha e Aústria, república na Polônia e Tchecoslováquia e as monarquias constitucionais na Romênia e Iuguslávia. Porém as pessoas da época não tem estudo o suficiente, são em sua maioria camponeses, e não estão preparados para este tipo de regime, e tornam-se presas fáceis, peças de jogo político;

- D'outro lado temos os adeptos do bolchevismo, que dizem que não pode haver divisões de classes, e que a democracia liberal é dominada pela burguesia. E nestes moldes alguns países começam a adotar o regime autoritário de governo, como na Hungria, Polônia, Itália e depois Alemanha. França e Inglaterra retornam ao modelo parlamentar;

- O aniquilamento das fortunas e aumento da inflação acarretam mudanças psicológicas e morais. Quem poupa dinheiro perde a vontade de fazê-lo, pois o dinheiro perde valor cada dia mais, e os novos ricos são os especuladores, banqueiros, aventureiros. Logo, chega-se a conclusão que economizar é desnecessário, e a vitória não é mais questão de mérito, e trabalho;

- Anos loucos: para aproveitar os prazeres da vida após o sofrimento da guerra, aumenta o gosto pelas festas, moda, cinema, pistas de dança, descoberta do jazz proveniente do folclore negro estadunidense, o tango argentino. Além disso temos os movimento literários como o dadaísmo, o surrealismo que criam seu mundo novo, sem regras, controles racionais, sem preocupações estéticas ou morais.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Treinando a Caligrafia / Alfabeto


Como foi-me pedido, eu treinei um pouco a caligrafia. Percebi que eu não sei escrever em letra de mão (ou cursiva como queiram) sem misturar com letras de fôrma. Me dei conta disso quando ia fazer a letra A maiúscula de mão, e não sabia como fazê-la. Olhei no google e achei difícil, e só fiz as tradicionais mesmo. Bateu aquela nostalgia do ensino fundamental, quando ainda era chamado de primário e ginásio (1º a 8º série) e tinha sobre a lousa o alfabeto pintado quatro vezes, maiúsculas e minúsculas de fôrma e de mão, com o K-W-Y depois da letra Z.

Dessa vez eu tirei a foto do quadro branco na sala, que tem lâmpada fluorescente, e isso melhorou a iluminação da foto, não parecendo velha.

Alfabeto

Falando do post, enquanto eu treinava a caligrafia, decidi colocar de forma resumida (até porque o quadro tem apenas 90 x 60 cm) a evolução do alfabeto, usando como exemplo a primeira letra do alfabeto latino, A.

Percebam que tem a cabeça de boi (ficou bonita né ?!), usada nos hieróglifos egípcios, que datam 4000 a.c, depois os símbolos proto-sinaíticos em 1600 a.c, o alfabeto iniciado pelos comerciantes fenícios em 900 a.c. Os gregos pegaram esse alfabeto, inseriram as vogais e outras letras. Em 650 a.c. os etruscos (povos da região itálica) mudaram apenas a forma das letras e ensinaram os romanos, e estes na forma do maior império já existente, disseminaram pelo mundo conquistado na forma do alfabeto latino que nós conhecemos hoje em dia. Na época das grandes navegações, os missionários, portugueses e espanhóis ajudaram a disseminar na América, e outros pontos da África e Ásia.

Evolução do alfabeto latino (em gif):
http://terpconnect.umd.edu/~rfradkin/latin.html

Outras formas de escrita, veja também seu nome em tengwar (élfico), chinês, hindi, árabe, hieróglifos egípcios e como ficaria uma data no sistema maia.
http://lexiquetos.org/

Caligrafia

Apenas voltando no assunto sobre treinar caligrafia, tem uma galerinha de branco que passou da hora de ganhar um caderninho desses. Tem cursos de caligrafia grátis também, se você for um doutor e quer aprender a escrever de forma LEGÍVEL PARA QUE SEUS PACIENTES SAIBAM O QUE FOI-LHES INDICADO, E NÃO SE INTOXIQUEM E MORRAM.

O assunto má caligrafia médica (que você também pode procurar na web como bad handwriting em inglês ou schlechte Handschrift em alemão) foi assunto em 2007 do site da revista estadunidense Time, anunciando mais de 7000 mortes e 1,5 milhões de outros problemas por desleixo da caligrafia médica. Já pensaram na situação: ele prescreve o remédio Antiarrítmico de nome Quinidina, e naqueles garranchos você entende o nome Quinina, que é um... Antimalárico.

É como dizem por aí, "tenso".

terça-feira, 8 de junho de 2010

Primeira Guerra Mundial


Estreando nova série aqui neste blog: No quadro branco.

Eu comprei um quadro branco, antes que me acusem de racismo, ou me perguntarem porque não usei o quadro verde (sim verde, nunca vi um quadro negro na vida), é porque conforme você escreve com giz, ele solta pó, e meu quarto novo (que de novo num tem nada) não é dos lugares mais ventilados do mundo. E a tinta das canetas podem ficar lá novinha por alguns dias.

Enfim, a sessão quadro branco mostrará coisas diversas. É bem simples, eu desenho ou escrevo algo no quadro, tiro foto, posto e apago. Legal né ?!

E a primeira é sobre a primeira guerra mundial. Fiz um esquema bem simples de como foi a guerra, e alguns dos participantes.



Os sublinhados em vermelho, são os países da Tríplice Entente (França, Império Russo e Grã-Bretanha ou Inglaterra como quiser) ou que ajudaram-na posteriormente. Os sublinhados em azul, são os países da Tríplice Aliança (Império Austro-Húngaro, Alemanha e bem, o outro deveria ser a Itália).

Ajudantes da Entente:

Japão - 1914
Itália - 1915. Membro da Aliança, esta entra na guerra pela entente pois esta lhe ofereceu maiores vantagens caso a guerra fosse vencida.
Romênia - 1916
Grécia, EUA e China - 1917

Ajudantes da Aliança:

Império Otomano - 1914
Bulgária - 1915

As alianças: o chanceler Otto Von Bismarck depois da vitória na guerra franco-prussiana em 1871, tentou isolar a França diplomaticamente, conseguindo o apoio da Itália, Império Austro-Hungaro, Império Russo e mantém boas-relações com a Grã-Bretanha. Depois que ele deixou o posto, a Alemanha sob o comando de Guilherme II, desistiu de apoiar a Russia que mantinha a sua rivalidade com os austro-húngaros. Os Russos foram parar nos braços dos franceses, e assim criaram em 1983 a aliança franco-prussiana. Os franceses também conseguem melhorar suas relações com a Inglaterra, pois a concorrência comercial e o aumento do poderio do exército alemão, desagrada os ingleses. Por fim, os franceses entram em acordo com os italianos nas questões envolvendo o Marrocos e a Tunísia, e os italianos prometem não atacar os franceses em caso de guerra provocada pelos alemães. Nascem assim as tríplices entente e aliança, bipolarizando a Europa.

A picuinha: o Império Austro-Húngaro queria expandir-se para o mar Egeu, mas estava sendo impedido pelos sérvios. O Império Russo, por sua vez queria com sua influência nos balcãs, ter controle sobre o mar Mediterrâneo e depois atingir o oceano Atlântico, e por isso "protegia" os sérvios.

Seguindo o esquema que eu fiz, temos o estopim da guerra que é a morte do arquiduque herdeiro da Austria-Hungria, Franscisco Ferdinando, que é morto em 28 de junho de 1914 em uma visita em Saravejo na Bósnia, por um estudante bósnio ligado ao movimento nacionalista iuguslavo. O imperador Francisco José poderia não ter atacado, pois a morte de Ferdinando não foi uma ordem direta do governo de Belgrado, porém o estado-maior de Viena achou que era chegada a hora de uma ofensiva definitiva contra a Sérvia.

A Russia, para não perder sua influência, decidiu ajudar seus protegidos sérvios. Franceses, ingleses e alemães tentam frear esses ataques, e movimentos internos ocorrem na dúvida de ir ou não para a guerra.

No dia 31 de julho de 1914, a Alemanha ordena que a Russia cesse os ataques e dá um ultimato a França, e como ninguém responde, no dia seguinte declara guerra à Russia. A Alemanha exige da Bélgica a livre passagem de seu exército para atacar a França, que também inicia suas mobilizações. O governo britânico tenta medidas de conciliação entre os países, mas a invasão da Bélgica acaba com as oposições, e o Reino Unido declara guerra a Alemanha.

Pontos de destaque:

. Entente bloqueia portos alemães, impedindo a entrada de alimentos _ isso dificulta a vida deles a partir do final de 1916;
. Ataques submarinos, toda embarcação inimiga ou neutra em águas britânicas é atingida pelos alemães _ um terço das embarcações destruídas em seis meses. O plano daria certo se os EUA não tivessem ajudado os ingleses;
. Em 1916 surgem as "economias de guerra", como ninguém previa que a guerra duraria tanto, os estados tomaram posse de algumas empresas, para produzir o que fosse necessário para a guerra;
. Em 1917 os países, a Alemanha principalmente, começam a sentir os problemas sociais causados pela guerra. Várias manifestações contra a guerra surgem, gerando greves e insurreições dos exércitos, além dos movimentos de paz. A solução encontrada é o fortalecimento do governo, que ignora os princípios democráticos e pune qualquer manifestação contra o governo, igualando os pacifistas a traidores;

Romênia e Russia deixam a guerra no inicio de 1918, esta última por causa da revolução russa. Os russos renunciam a soberania sobre a Finlândia, Polonia e países bálticos e reconhecem a independência da Ucrania. Isso dá uma sobrevida a Alemanha, que ocupa o leste europeu e agora precisa vencer os soldados do oeste. Os alemães lançam uma ofensiva na região da Champanhe, mas na contraofensiva comandada pelo general Foch, vencem os alemães, já com poucos soldados e materiais, e que ainda perdem nos demais fronts.

Os japoneses vencem os russos na Sibéria. A Inglaterra esmaga os turcos na palestina. Os aliados vencem os búlgaros nos balcãs. E a Itália vence os austríacos em Vittorio-Vêneto.

Em 11 de novembro de 1918 os alemães assinam o armistício.

E é o fim da primeira grande guerra.

Saldo: 10 milhões de pessoas mortas, entre civis e soldados. Lembrando, este número possivelmente é maior que isso. (consulte mais de uma fonte para certificar-se desta quantidade)

Espero que tenham gostado do primeiro post do quadro branco !