segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Censura ? Ficha Limpa / aborto. Lie To Me.

Notas mentais desses últimos quinze dias.

Nota número um.


No dia 02 de outubro de 2010 do falso calendário _ como diria Nietzsche _ a psicanalista Maria Rita Kehl escreveu este ótimo artigo, que pode ser lido aqui, no próprio site do Estadão.

Resumidamente, ela fala do crescimento da classe mais pobre, e o quanto eles ficariam indignados ao saberem que a classe mais rica, desqualifica seus votos, por considerarem que estes votos são "trocados" pelas bolsas oferecidas pelo governo.

Depois disso, Maria Rita Kehl foi afastada e demitida no dia 06/10, última quarta-feira. Na entrevista que ela concedeu para Bob Fernandes, no canal Terra Magazine , ela afirma que a causa de sua demissão foi pelo que ela escreveu e as reações decorrentes.  Entrevista aqui.

Do outro lado, o diretor do Estadão, meu xará, Ricardo Gandour, disse que não houve censura _ até por isso o texto continua no site _ e que já havia um descontentamento com o fato da psicanalista não falar do que ela devia falar. Falou também que a saída dela já havia sido decidida antes do acontecimento. Entrevista aqui.

Não cometer erros na análise deste caso, não é algo difícil, levando em consideração os inúmeros fatores existentes.Vamos nos ater naquilo que sabemos:

Político quando lê algo que não gosta no jornal, liga para a chefia e pede a cabeça do jornalista ou colunista;

Vários veículos da imprensa, apoiam determinados candidatos e partidos;

A psicanalista de uma certa forma, elogiou o crescimento da massa mais pobre, que ocorreu no governo Lula, e criticou a postura da massa paulista, que desvaloriza os pobres;

O Estadão, pelas palavras dela, é um jornal que apoia o partido tucano;

O argumento do Ricardo Gandour é fraco, o fato da coluna dela não ter sido retirada, não significa nada. A decisão pode muito bem ter sido estratégica, justamente para evitar a acusação de censura. Pois lembrem-se, Lula acusou alguns órgãos de imprensa, agirem como partidos políticos, censurar um jornalista gora, seria incoerente. Se bem que, demitir a psicanalista agora, também foi incoerente ou foi burrice ou a pressão foi muito grande, ou o sr. Gandour disse a verdade.

Talvez falte algumas variáveis para serem analisadas, mas agora foram as que eu pensei. Cabe cada um analisar e decidir de que lado ficar. Ou não ficar de lado algum e encarar tudo como mais um episódio comum do nosso cotidiano...

Nota número dois.



Falácias eleitoreiras. Aborto e ficha limpa.

A lei do ficha limpa não devia existir. Se as leis fossem feitas de forma coerente, já deviam ter incluído que todo crime cometido por um político, devia prever seu afastamento da vida pública _ na minha opinião, para sempre.

Imaginem vocês, meus escassos leitores, há um cargo de confiança para votação, milhares de pessoas confiaram naquele ser vivo, e ele desvia alguns milhões dos cofres públicos ou usa de lobby para enriquecer. Uma pessoa dessa fez por merecer a confiança que foi-lhe dada ? Não. Acrescento, que alguns crimes de políticos, deviam ser considerados traição, como desvio de verba por exemplo.

Emenda do Ficha limpa aqui, site do FichaLimpa.org. Dica: Cadastre-se.

O aborto eu já falei sobre, aqui neste blog.Minha idéia estava meio verde na época, não que mudou, mas melhorou.

No Brasil, como se sabe, o aborto é permitido quando a saúde da mãe corre risco ou em casos de estupro. Porém, sabemos que quem tem dinheiro, consegue uma clínica para fazê-lo sob qualquer justificativa, e quem não tem, consegue um açougue qualquer.

Se o aborto for descriminalizado, as clínicas serão liberadas e as mulheres irão evitar estes açougues que existem por aí, ou ainda desistir das técnicas de auto-mutilação para abortar.

Muito tem-se falado sobre a temática religiosa. Seguinte: o Estado é laico, e pronto. O assunto aborto, deve ser tratado como saúde pública, e não como religioso. Se a pessoa é religiosa, e sabe que para sua religião isto é um pecado, pronto cristã, não aborte. Conscientizem as pessoas a não fazê-lo. Resolvido o problema!

Como disse no outro post, se a pessoa quiser abortar, ela vai abortar e pronto. A falta de amparo da lei só vai causar mais problemas. Agora as pessoas vão fazer justiça divina nas urnas ? Você acha mesmo, que esse tipo de mentalidade no momento da votação, vai realmente ajudar a vida das pessoas?

Se acha, então vote no candidato que você acredita que irá proibir o aborto. Mas saiba, que toda mulher que abortar por auto-mutilação, ou que ir até um açougue para fazê-lo, será SUA responsabilidade, você será tão culpado quanto todos os outros.

Aliás, essa é a parte mais engraçada. Se eu tivesse começado com esta linha, seria mais que desnecessário falar sobre o assunto.

Acha mesmo que cometerão a sandice de proibir o aborto ? Por religiosidade ? HAHAHAHA. Estão usando os religiosos como massa de manobra, para ganhar votos. Só isso.

Nota número três


Assisti esta semana o seriado Lie To Me.

O enredo:

A série traz as investigações de uma equipe formada por especialistas em detectar mentiras. As mínimas expressões e gestos são interpretados por esses cientistas do comportamento, que prestam seus serviços para diversas entidades, como o FBI, a polícia, empresas particulares ou mesmo pessoas que estejam dispostas a descobrir a verdade que alguém pode estar escondendo.

O grupo é liderado pelo Dr. Cal Lightman, um cientista que dedicou toda a sua vida ao estudo do comportamento humano. Lightman ainda conta com a ajuda da sua parceira e psiquiatra Dra. Gillian Foster, além do pesquisador Eli Locker e de Ria Torres, uma mulher com o talento natural de interpretar as expressões humanas. Juntos eles formam uma equipe de verdadeiros polígrafos humanos.

Fonte: wikipedia.

Neste link, você pode visualizar alguns episódios.

Aqui uma matéria da VejaOnline sobre o assunto.

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