sexta-feira, 26 de março de 2010

Nota rápida



Desde segunda (22/03) vem acontecendo o julgamento dos pais da menina Isabela, que foi jogada do sexta andar. Bem, realmente é uma lástima o que aconteceu, ninguém deveria ser jogado do sexta andar de um prédio, as pessoas podem morrer com uma queda dessas. Não estava lá para dizer se quem matou foram os pais _só o fato do Alexandre Nardoni ser advogado já o incrimina de alguma forma _ mas as evidências apontam para isso.

A repercussão deste episódio está se tornando teatral. Tudo bem, foi ruim, detestável, execrável, criminoso, mas convenhamos, e se fosse uma familia pobre ?? e se quem tivesse sido jogado fosse um gay, negro, ou idoso ? Generalizar é algo feio, eu sei. Mas nossa querida mídia não ia perder muito tempo com isso. Não seria tão interessante se fosse diferente do que está acontecendo _ ao menos que fosse com alguma celebridade.

Enfim, essa papagaiada já deu né ?! E nada vai trazer a garota de volta... nem o ilusório senso de justiça _ o que no Brasil é menos significante ainda. Se eles forem presos, logo estarão soltos _ ou serão mortos na cadeia.

Mas pelo bem da peça teatral da justiça brasileira, espero que os culpados sejam condenados, e que a alma (eu não acredito nesse tipo de coisas) da Isabela esteja em paz.


p.s. esse caso aqui, do menino João Helio, creio que não mereceu atenção suficiente não é mesmo, brasileiros ???

Crônica atemporal




Isto aqui eu escrevi no dia 07 de abril de 2009, um dia após meu aniversário do ano passado. É um texto meio que sem sentido, mas quanto a isso ja estou acostumado huahuhauhah


Nesta bela tarde quente de sexta-feira sento aqui para tecer algumas linhas de coisas paliativamente inúteis para existência _ não sei o que significa a palavra, p-a-l-i-a-t-i-v-a-m-e-n-t-e , porém por intuição acho que ela cabe nessa frase, logo darei uma olhadela no dicionário e aquietar minha vil curiosidade.
Estou fazendo agora algo que é meu sonho. Algo que de fato dá valor aos meus culhões.
Escrever !
Sim !
Nada é mais satisfatório do que pegar uma folha em branco e dar vida a ela. Com palavras, figuras... excetuando quem não sabe ler, tem gente que só usa folha para se limpar, um simples reflexo do que sai do cérebro diariamente, mas isso é outro assunto. Vim aqui hoje para tratar de questões mais complexas, vim aqui filosofar.
Se alguém me perguntar como me vejo daqui a cinqüenta anos _ o windows colocou aquele trema ali, me perdoe Lula, sei que assinastes um acordo muito importante que faz com que eu escreva semi-reta assim: semirreta; entre palavras que perderão sua identidade, sonoridade na grafia... mas é o sinal dos novos tempos. A língua mudou, ninguém disse que iria melhorar.
Peço desculpa ter fugido do assunto na qual eu me propus a tratar... daqui a cinqüenta anos queria me ver assim, digitando uma coluna, numa revista lida por mais de duas pessoas, e que dessas duas , uma pelo menos gostasse da coluna que eu escrevo. Me mandasse um e-mail me elogiando e também me corrigindo, porque jibóia se escreve com ‘jota’ e eu editei com ‘gê’. Eu com um sorriso feliz e franco no rosto velho, minha esposa do meu lado feliz com minha felicidade e sem entender porque eu não desisto dessa vida de escritor de colunas, ou colunista como queiram.
Voltando ao tempo presente, digo que escrever e respirar são coisas essenciais para meu ser. O problema é que se eu não escrevo, eu continuo vivo. Então eu posso parar. Se eu quiser eu paro agora.


Mas sou um pouco teimoso e quando algo “desce” e me possui, e eu começo a metralhar este teclado, mente vai girando, fazendo um arrastão de idéias e de repente me deparo com esta análise metafísica de mim mesmo. Sem contar as constantes correções que provoco durante o trabalho, vírgulas mal-posicionadas, hífens esquecidos de propósito pelo texto, aspas para dizer que os políticos que eu conheço são “honestos”, termos em latim só para dizer que sou 0,5% mais inteligente que você, pontos finais para começarem frases e não o contrário. No fim o que vejo é também uma obra de arte. E por isso, somente por isso eu escrevo... é minha forma de fazer arte.
Manipular cada elemento para poder dizer aquilo que eu quero, para que entendam aquilo que vocês acham que eu quis dizer. Ver alguém diante de uma composição minha pensando, seria como alguém admirando um quadro de Portinari, “nossa, que ele quis dizer com isso?” Tem algo mais genial? Adoraria mesmo uma criança admirando “mãe que desenho feio, quero brincar”.
Crianças não são presidentes dos Estados Unidos por causa disso, não têm sensibilidade para admirar uma pintura ou entender poesias de tempo de faculdade. Não sabem como analisar um gráfico de barras sobre a economia. Porque os impostos sobem e os médicos dos hospitais somem. Mas isso é azar porque nem eu sei, olha que me esforço para entender!
Confesso que meu texto continua pobre, perdi minha virilidade de quando tinha 18 anos. Costumava ter a língua mais ferina, tinha meu alvos fugazes _ outra palavra que não sei o que significa, f-u-g-a-z-e-s _ pessoas e instituições que atacava sem dó nem piedade. Mas estas ficaram velhas como eu, antes corria atrás porque elas corriam rápido, hoje paramos num buteco depois de uma breve caminhada e lembramos com nostalgia, “lembra o tempo que você era capa da policial toda semana ?”

Agora amigos na dor do esquecimento.
Pintamos nossas caras, fomos às ruas, derrubamos o presidente. E derrubamos todos que invadiram nosso caminho. Anos depois tivemos nossos filhos, e os ensinaram nas escolas que quem derrubou o presidente foi a classe rica, olha que mentira absurda! Quase me senti usado, mas tenho meu orgulho, morrerei com a certeza que derrubei-o com seu plano e tudo!

É sexta feira quente de outubro, novembro chegando, mais um ano indo e outro chegando...

p.s. a imagem lá emcima é meremente ilustrativa, num tem nada a ver com que eu escrevi aahahuhauhua kissecallme

terça-feira, 23 de março de 2010

Um brinde !!!




Este aqui postei uma vez no perfil do orkut _ sim eu guardo os textos que eu considero como bons, e este ficou bom =D


Um brinde para o nosso fim


E que passe um vendaval de idéias inúteis
que leve daqui objetos indesejados
e pessoas fúteis
traga novos valores
novos sabores
novas dores
que seja um ciclo secular:
nascer, crescer, sofrer, morrer
seres vivos estes masoquistas plenamente
vêem _ assim com ^(circunflexo) mesmo _
a salvação de si mesmos em sofrer constantemente
necessitam retirar os espinhos das rosas
mas não resistem a tentação de se ferirem
As vezes vem uma vontade de olhar para o fim
o descontentamento bate consolador à nossas costas
porque ainda não é hora de partir
é hora de a lavoura capinar
tirar ervas, arar, plantar e irrigar
e como uma paciente rocha faz ...
... esperar.
que passem as águas
e dissolvam-na grão a grão
e sejam trancadas num relógio de areia
como os segundos fazem conosco
nos dissolve, célula a célula
e deixamos nossos restos pelos cantos
nos esgotos, nos lixões, nas videiras
nas trincheiras, nos banhos do holocausto,
nos altares amaldiçoados, nos grotões de ignorância,
nas montanhas douradas de solidão, na solidão da sabedoria,
na dor de saber a verdade, na felicidade da cegueira da fé,
nas damas perdidas nas fogueiras para serem ouvidas...
e que venha mais fogo
e consuma nossa vida e leve as cinzas,
que provarão nossa serelepe passagem
não chorem pois não nos veremos nos céus, tampouco no inferno
e a eternidade desejo áqueles que jamais trairam a si mesmos
façam algo grande, mudem o curso da humanidade,
coloquem vossos nomes na história
sejam artistas: poetas, escritores, desenhistas, cancioneiros,
trovadores, arquitetos, dançarinos, filósofos...
deixem a mediocridade e a ignorância
pois ela não vos deixará _ ainda mais hoje em dia!
Aos que fogem da vida, sintam o frio perecer de sua inutilidade
mas não destruam os jardins de "paz"
_ e que entenda-se paz como ausência de derramamento de sangue
em nome das instituições que não se importam com você.

Brindemos a felicidade nesses minutos presentes,
pois se a tormenta vier, a taça será derrubada
sem que um trago sequer tenha sido apreciado.

E que venha o vendaval... que venham as águas... venha o fogo.

Desejo parte III



E por fim a parte III, que foi postada dia 26 de abril de 2008

A imagem acima eu decidi colocar agora, adoro fotos do gelo _ apesar de não ser um fã das época frias, mas pelo menos a vista é bonita.

Ensaio (rascunho) de teoria filosófica (ou desejo parte III )

Olá pessoas!!!
Realmente esse assunto de desejo me pegou de jeito. Depois do primeiro dia que ouvi a respeito tive umas viagens bem loucas sobre, não parei de pensar no assunto, e a cada segundo que passa uma nova idéia se formula na minha mente ávida por conhecimento.

Do simples fato de imaginar que somos seres guiados por desejos, e que satisfeitos geram alegria, e que não realizados geram frustração, eu já fiz uma ligação com algo muito citado pelas pessoas em geral, que são os tais dos sete pecados, que por sua vez são contrário às sete virtudes:

Caridade --- Inveja
Paciência --- Ira!
Humildade --- Soberba
Temperança --- Gula
Generosidade --- Avareza
Diligência --- Preguiça
Castidade --- luxúria

Ok Ricardo e qual a ligação de tudo isso ?
O D-E-S-E-J-O !!!!
Sim, o desejo é a chave que une esses 14 vícios do ser humano!!

Todos os vícios acima são interligados por várias formas de desejo diferentes, seja pelo excesso do desejo (luxúria, gula) , acúmulo de bens para realizar desejos (avareza) , falta de desejos úteis (preguiça) , parasitar desejos (inveja), exaltação exagerada da frustração (ira), desejo de auto-suficiência, desejar ser maior que todos (soberba). Desejo de reprimir os desejos naturais do ser vivo, auto-controle (castidade, temperança), desejo de ser bem visto pela sociedade e por alguma entidade divina (caridade, generosidade), desejo de paz, serenidade interior (paciência), desejo de ação, atitudes construtivas, luta contra o ócio (diligência), desejo de mostrar fraqueza, mostrar ser inferior, pobre, submisso (humildade).

Mas por que chamar as virtudes e pecados de vícios ?
Vamos recorrer ao pai-dos-burros:

vício: s. f. Defeito (físico ou moral); imperfeição; deformidade; deformidade; erro; disposição; tendência habitual para o mal; mau hábito inveterado: vício da embriaguez; costume condenável ou censurável; desmoralização; libertinagem.

O desejo é algo inerente ao ser vivo, todo o mundo foi construído por desejos, por necessidades, conter, assassinar desejos é frustrar o ser. Tudo que torna o ser vivo fraco é vício, mostrá-lo que ele não pode fazer por causa de algo invisível.
Os sete pecados em si são vícios, porém a virtude em excesso também é um vício, é a tal da anti-natureza, não existe ser que ache felicidade em ser tão virtuoso. Uma frase comumente ouvida "quem é bonzinho só se ferra", claro que sim! Nenhum ser vivo é virtuoso o suficiente, todo mundo carrega em si uma certa maldade, um certo distúrbio que prejudica aos demais, somos imperfeitos, seres viciados. Os 14 vícios estão em todos nós de alguma forma, pouco ou muito manisfestado, carregamos a essência de bondade e maldade.
Depende de como lidamos com os desejos.

Outro fator importante, é o fator transformação.
A cada instante de nossas vidas somos influenciados, por amigos, família, livros, mídia. Somos uma bela soma de influências e experiências, a cada novo instante temos uma nova idéia, um baú de quinquilharias é jogado fora de nossas mentes e dá lugar a novos ideias. Não somos a mesma pessoa do nascer ao morrer _ ainda bem rs. Como dizem aquelas frases meio gays, levamos um pedacinho de cada ser que cruza nosso caminho, lógico, filtramos o que achamos ou não necessário, e levamos adiante. Idéias do que é ou parece ser certo são integradas e processadas, e assim moldam nosso jeito de agir.
O ser que é consciente de si mesmo, sabe que sempre precisa, sempre deve se transformar, é sim mais feliz, se adapta mais facilmente a vida, uma vez que o tempo é o verdadeiro deus, e ele não pára e nem espera por ninguém. Ou você se adapta a ele, ou sinto muito...
Uma vez que o tempo passa e nos transforma, ele também modifica nossas necessidades, nunca desejamos _ e nem devemos _ querer as mesmas coisas. Um vício novo aflora e diminui outro, um desejo novo vem e outro vai, um círculo altamente vicioso, e inexpugnável!

Talvez estas idéias estejam "verdes", mas minha mente está em constante atividade ociosa, digo, filosofica, e ainda vou conseguir me organizar melhor.
Até mais!!!


Desejo parte II

Parte II da saga do desejo.

Ah, só um adendo, qualquer citação a deus que eu fizer é estranha hoje em dia. Eu não era ateu ainda naquela época, tampouco cristão. Estava em cima muro, como um bom e velho agnóstico. Na escala de 1 a 7 do ateísmo dita por Richard Dawkins, creio hoje ter chegado a uma pontuação de 6, segue trecho do seu livro:

6: Probabilidade muito baixa, mas que não chega a zero. Ateu de facto. "Não tenho como saber com certeza, mas acho que Deus é muito improvável e levo minha vida na pressuposição de que ele não está lá." (Richard Dawkins, Deus um Delírio)

Enjoy yourselves:



Pobreza de Espiríto (ou desejo parte II)


Observem até onde a frustração pode nos levar...

I. A raiz de todo o mal.

Pior que sair frustrado, sofrer por não conseguir satisfazer um desejo, é ser acometido pela pior sensação que existe na face da terra _ na opinião deste que vos escreve claro _ a sensação de não ser desejado!!
Cara imagine percorrer os corredores de uma faculdade, andar pelas ruas de uma cidade, estar em uma festa sem ao menos ser notado! Sem ninguém sequer olhar para você.
Você se sente um lixo.
Um ser amalçoado.
A escória da humanidade.
Quando não despertamos nas pessoas o desejo de nos desejar, uma impotência, uma fraqueza nos atinge, nos aterra na hora.
Vestimos belas roupas, damos um retoque no visual, ouvimos boas músicas, lemos ótimos livros... e ainda assim não somos notados. O que é pior, ainda somos notados, mas por pessoas que repugnamos, atraímos a merda que rejeitamos, como se fossemos um imã que só atrai coisas ruins. Parece que fedemos a gambás e atraímos aos urubus _ comedores de sobras! Restos! Resíduos! Remexedores de excrementos!

II. A raiz do mal floresce.

Começamos a achar que não precisamos de ninguém, nos abrigamos num mundinho que fomos obrigados a nos recolher. Todos são distantes, "o demônio são os outros", o mundo é mal, deus _ se é que ele existe _ também é um ser malvado. Somos pobres coitados, Victims of Fate ¹. Passamos a amaldiçoar todas as pessoas felizes cercadas de amigos verdadeiros ou não. É como um pobre amaldiçoando a riqueza, um padre pedofilo amaldiçoando a promiscuidade juvenil. Pessoas igualmente fracas e pobres de espirito condenando aquelas que por bom julgo da sociedade merecem alguma atenção. Claro que não estou dizendo que o julgo da sociedade é coerente e/ou justo, apenas que a sociedade por algum motivo julga esse indivíduo merecedor da atenção que lhe é atribuída.

*¹ Victim of Fate. Alusão a Música do Helloween de mesmo nome, onde a letra fala de uma criança nascida numa situação das piores "My mother 's a bitch, my father's a killer ... I had to kill people to save my own life ... but this ain't the life i've dreamt of..."

III. Nascem os frutos malditos.

No ciclo do sofrimento conhecemos algo horrível, a pobreza de espiríto. Fazemos escolhas errôneas, não aprendemos com os erros, deixamos as frustrações nos tomarem e passamos a odiar a deus e o mundo. Vivemos o pior lado do desejo... vemos pessoas felizes e realizadas, sentimos que elas de alguma forma são culpadas por nossa desgraça. Perdemos a lucidez por completo. Somos agora como aquelas velhas religiosas-fervorosas que pregam santidade, citam trechos do livro "sagrado" para punir a todos ao redor, dizer que estão certas e quem as rodeiam são pecadores. Usam o nome de Deus para encobrir a pobreza de espiríto que possuem, por não terem seus desejos realizados.
Pasmem! Usam até as divindades para encobrir as próprias frustrações. A palavra pecado se torna uma metralhadora na mão dessa pessoas "santas". Condenam os atos dos filhos, do marido, da esposa, dos irmãos, dos vizinhos, de quem quer que ouse ser feliz perto desta maldita alma sem desejos realizados, alma pobre de aprendizado, alma frustrada. Uma verdadeira morta em vida!

IV. Reflexão

A citação de velhas religiosas é minha preferida, mas sabemos que jovens assim há de monte por aí. Geralmente são pessoas invejosas, não podem ver ninguém feliz que de alguma forma tentam tirar proveito disso. São pessoas frustradas, não conseguem realizar os próprios desejos, e parasitam os desejos dos outros!
Remédio contra?
Depende qual seu tipo de personalidade.
Se for boa de coração, tenha paciência com esta pessoa e tente ensiná-la a ter seus próprios desejos, superar as frustrações, reconhecer e superar os próprios medos.
Se não tiver bom coração, bem, se afaste dessa praga antes que tenha mal-olhado rsrsrsrs


Valeu galera!!!!

Desejo parte I

Meu segundo flashback falará sobre um assunto que me pegou de jeito naquele ano (2008). O desejo. Sim, eu pensei neste assunto durante um bom tempo _ não que eu não pense ainda hoje, mas hoje divido meu tempo com outras coisas.

O desejo como a grande força motora dos seres humanos. Ele está dividido em três partes a saber: Desejo, Pobreza de Espiríto (ou desejo parte II) e Ensaio (rascunho) de teoria filosófica (ou desejo parte III).

DESEJO

Do dicionário brasileiro Globo:
Desejar: v. tr. dir. Apetecer, querer, ambicionar; cobiçar; ter desejo de, ter gosto ou empenho em; tr. dir. e ind. exprimir sobre forma de votos, de cumprimentos (um desejo); intr. sentir aspirações vagas, indefinidas, do que não se possui ou goza; deixar a desejar: não satisfazer completamente.

Quando temos um desejo realizado, achamos então, a felicidade. Quando saímos frustrados, temos então o sofrimento.
É um ciclo bem simples, dá pra fazer um fluxograma disso:
Desejo --> realizado?
Se Sim --- > satisfação ---> felicidade
Senão ---> frustração ---> sofrimento

Comparo a busca da realização do desejo com o escalar de uma montanha, no momento da escalada sentimos prazer enorme, olhamos para o topo, e vemos que nossos esforços nos levam cada vez mais alto. Se por um acaso algo nos interrompe a escalada, ficamos triste, sofremos e a vontade de subir se perde aos poucos, choramos e descemos, um enorme vazio se cria, uma sensação de tempo perdido, de esforço inútil, de morte! Buscamos forças em qualquer outra coisa, algo que substitua nosso desejo frustrado. Se conseguimos chegar ao topo, temos uma experiência ímpar, algo surpreendente, a felicidade propriamente dita !
Agora imagine-se no topo da montanha, com o desejo realizado, a bela vista lá de cima, a alegria que está sentindo. Bom né! Porém, você não pode ficar o resto da vida gozando desta felicidade, não pode ficar plantado no topo de uma montanha, não pode viver esta realização por toda a eternidade. Por quê ? Porque simplesmente você vai ficar entediado, a ação do tempo vai fazer com que aquela conquista perca a força, uma nova necessidade vai te acometer, e você vai ter que sair daquela montanha e escalar uma outra!
É um ciclo interminável, um desejo sempre nos leva a outro, e outro e mais outro!
O ser humano é um ser insatisfaciente, ou seja, nunca fica satisfeito, sempre quer mais, e além disso muitos desejos não são realizados. Conclusão: Se a felicidade é a plena satisfação dos desejos, e muitos desejos não são realizados, e quando realizados perdem a força pela ação do tempo e das circunstâncias, logo, nunca seremos plenamente felizes!!!

A busca pelo desejo sempre nos leva a atividade, ao campo de batalha para conseguirmos o que almejamos, a paz de espiríto que é tão importante, fica restrita a consciência limpa, que seria atingir nossos objetivos sem desrespeitar aos outros e a nós mesmos. Por que a paz mesmo, a tranquilidade é algo improvável, sempre estamos em busca de algo, numa guerra constante com nós mesmos em busca de um sentido. Nunca teremos paz de fato.
Sofrer se torna algo tão necessário quanto ser feliz. São faces da mesma moeda. Não há busca sem essas duas realidades, não aceitar que o sofrimento é necessário é ignorância, não aceitar as frustrações é ignorância, não aprender com elas é perca de tempo, evitar o desejo é morte!
Viver sem querer desejar é ter uma existência vazia, escapar do sofrimento é inevitável, aprender a conviver nesse ciclo é meio caminho andado para sermos felizes, ou no caso, ocasionalmente felizes, porque felicidade em plenitude é de fato impossível.

Lutemos a ferro e fogo pelos nossos desejos, que cada queda sirva de lição para o reeguer, cada tropeço ajude-nos aprender a caminhar com confiança. A dor, o medo são forças que bem utilizadas nos fazem crescer, utilizar a fraqueza para fortalecer esse é um dos segredos!

"Felicidade ?
Que é a felicidade senão um breve sorriso de uma linda garota ?
Sentir-se amado, desejado por um único instante"

See ya folks =D

I'm back (again and again...)

Eu postei isso em 13 de maio de 2008 neste mesmo blog. É o poema ao desejo, eu deveria deixá-lo melhor, mas o manterei intacto. Não estou com inspiração para escrever coisas profundas.


Poema ao desejo

Amamos o desejo e não o desejado.
Amamos o cafuné, não as curvas das mãos
Amamos o calor do abraço, não a grossura dos braços
Amamos o beijo, não o tamanho dos lábios
Amamos o olhar sincero, não a cor dos olhos
Amamos o perfume, não as flores
Amamos a felicidade não a vida.

Temos sempre mais sede
Temos sempre mais fome

Somos insaciáveis
Somos incansáveis
Somos insolúveis

Subimos,
Andamos,
Voamos,
Escalamos,
Arrastamos,
Corremos
...
Sempre a frente, sempre para o alto

Caímos para levantar,
Choramos paras as lágrimas secar,
Sofremos para aprender,
Morremos por viver.

'Aqui tem amor',
alguém abriu a janela e o vento levou
'Deus não quer soprar para dentro desta casa de volta ?'
Ouvi dizer que só pegarei quando dominar a natureza
Mas a natureza me domina
Sua falta me alucina
Sofro por que te desejo,
se não te desejo não sofro
mas se não te desejar morro
não quero morrer
mas também não quero sofrer
'precisa escolher um caminho
quiçá o que tenha menos espinho'
mas mesmo as rosas me machucam
que me dirá as pedras pontudas
... 'elas estão ai, sempre estiveram e sempre estarão'
mas não sentia dor
'sim foi ele, foi o amor'
não vejo cortes nem feridas,
foi tudo em vão,
cheguei longe, e ainda parado no mesmo lugar
'olhe melhor'
...
lembro-me de cada segundo,
quando só havia eu-ela no mundo
mas agora um vazio presente se fez
'não há vazio, não há união
há o vento, e , apenas o vento
ele vem, leva tudo embora'
faz sentido ?
'encontre um amor que faça sentido
e o enterre-o'
mas apodrecerá
'sim... tudo apodrece,
daí vem o vento e renova
leva embora'
e eu busco de novo!